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Continua polêmica sobre perfil do Exército

Ministro da defesa apresentando, em maio, projeto "Exército XXI". Keystone

Jornais do domingo ressuscitam controvérsia sobre tamanho e custos do Exército. A questão continua dividindo dois dos 7 ministros que formam o governo, um mês e meio antes de votação de projeto socialista destinado a reduzir à metade o orçamento militar.

O orçamento do Exército suíço oscilava em torno mais de 6 bilhões e meio de francos há dez anos, depois da queda do Muro de Berlim. Atualmente custa 5 bilhões e reúne 360 mil homens – a imensa maioria milicianos.

A reforma do Ministério da Defesa “Exército XXI” (ou seja exército para o século 21) deve ser apresentada no início do ano que vem. Segundo Adolf Ogi, chefe da pasta da Defesa, o Exército deve apresentar um perfil mais magro com 200 mil homens, mas não custaria menos, entre outras razões porque os novos armamentos sofisticados para compensar redução do efetivo são caros.

Acontece que os eleitores suíços devem votar dia 26 de novembro sobre proposta socialista de reduzir à metade o orçamento militar. E o fato de Ogi não fornecer detalhes sobre a reforma parece enfraquecer a posição do ministro.

O jornal Le Matin, de domingo 8/10, publicado em Lausanne, consagra uma página inteira com fotos e gráficos denunciando a atitude do ministro.

Também o jornal dominical “SonntagsBlick”, de Zurique, veio revelar que o divisionário (general) Urban Siegenthaler fez chegar “há alguns meses” ao ministro da Economia, Pascal Couchepin, projeto da reforma Exército XXI antes de comunicá-lo ao ministro da Defesa, Adolf Ogi.

Em abril, Couchepin intervinha no debate, pedindo um Exército de 120 mil homens e exigindo que os gastos militares fossem estabilizados nos níveis atuais.

A briga entre os dois ministros foi alimentada pela imprensa e parece não ter terminado, mesmo se em maio o governo definiu diretrizes políticas da reforma, sem resolver a questão dos efetivos.

Enquanto isso, o perfil do Exército divide os políticos suíços, refletindo posições dificilmente reconciliáveis entre direita e esquerda.

Resta que o projeto de reforma a ser detalhado pelo ministro da Defesa deverá ser debatido pelo Parlamento antes de entrar em vigor em princípio em 2003. A questão vai dar ainda muito pano pra manga.

Swissinfo com agências.

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