Reações da imprensa local variam
A reação da imprensa suíça reflete, pelo menos em parte, a fratura entre leste e oeste do país, entre cidade e campo, entre suíços de língua francesa, mais abertos ao exterior, e os suíços de língua alemã, mais ciosos da "exceção suíça".
Mas o “sim” das cidades de Lucerna, Berna e, principalmente Zurique, todas na parte alemã, foi decisivo na votação de domingo.
O jornal LE TEMPS, de Genebra, sai com esta manchete: “Um pequeno passo para a ONU, um grande passo para a Suíça”. O título de seu editorial de primeira página é justamente “dar sentido à exceção suíça”. Nesse ponto estima que o país (que é verdadeira colcha de retalhos formado por 4 culturas) tem papel importante a desempenhar nas Nações Unidas, na defesa do direito humanitário e dos direitos das minorias, apelando para sua experiência nesses setores.
O LE MATIN, de Lausanne – que ostenta na primeira página simplesmente “Histórico”, em letras garrafais – estima que o resultado apertado não permite concluir que a Suíça esteja “aberta ao mundo de maneira irreversível”.
O 24 HORAS, da mesma cidade, registra apenas que os suíços começaram a mudar. Já o LA LIBERTÉ, de Friburgo, refletindo sobre o impacto da decisão no exterior, acha que ela irá contribuir para “restaurar a imagem da Suíça”.
Passando à imprensa da Suíça de expressão alemã, o TAGES ANZEIGER, de Zurique, considera que a votação pôs fim ao “mito da neutralidade”. E faz ironia ao escrever que “a Guerra Fria também acabou na Suíça”.
O BLICK, diário popular de maior tiragem no País, registra que dizendo “sim”, a Suíça entra nas Nações Unidas. O DER BUND, de Berna, acha que nada muda na medida que a Suíça continua um país conservador.
Já o NEUE ZÜRCHER ZEITUNG acolhe o resultado com precaução: “O voto foi muito apertado para dar lugar a euforia”. Estima tratar-se mais de uma “medida de bom senso” e conclui não ser o fim de uma era, mas um passo rumo à normalidade”.
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