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Imprensa elogia europeísmo dos suíços

Mídia vê adesão aos acordos biltarais como passo certo. swissinfo.ch

A mídia helvética e européia elogia a aprovação em plebiscito, por 59,6% dos votos, da prorrogação e ampliação dos acordos bilaterais da Suíça com a União Européia.

A “boa notícia” é destacada especialmente pela imprensa da Alemanha. Em Portugal, o resultado da votação é considerado positivo para os imigrantes portugueses na Suíça.

“Decisão madura do povo” é o título do editorial do jornal Tagesanzeiger.ch, de Zurique. “O resultado é claro e inconfundível: pela quinta vez, a maioria dos suíços votou a favor dos acordos bilaterais com a UE – desta vez com consequências para a imigração de pessoas de outros espaços culturais (Bulgária e Romênia). A Suíça é o único país da Europa que deixa o povo decidir sobre uma questão tão delicada.”

O NZZ, também de Zurique, vê no “sim” de domingo um “não aos experimentos”. “O povo é mais previsível do que sugerem os céticos na democracia direta: também num momento econômico adverso, os suíços se manifestaram claramente pela continuidade da livre circulação de pessoas com seu maior parceiro comercial. Eles souberam diferenciar entre crise econômica de curto prazo e relações de longo prazo com a UE.”

Fim da era Blocher

Na opinião do Süddeutsche Zeitung, de Munique, “apesar da imigração maciça, especialmente de trabalhadores da Alemanha, a Suíça mantém sua política de fronteiras abertas com a UE”. O jornal alemão também identifica o grande perdedor da votação: Christoph Blocher, ex-ministro da Justiça e ex-presidente da xenófoba União Democrática de Centro (UDC, direita nacionalista). “A era Blocher está chegando ao fim.”

“A Europa não provoca mais medo” – é a manchete do jornal Welt, de Hamburgo, nesta-segunda-feira. “Embora a crise em muitos países da Europa fomente o chauvinismo e o protecionismo, a república dos Alpes segue o caminho inverso.”

O portal Spiegel Online considera o resultado de domingo um marco. “Ele mostra que os suíços, após anos de disputas, aparentemente encontraram seu lugar na Europa. Contrariando sua imagem de isolacionistas, os suíços provam que são europeus confiáveis.”

“A propaganda do medo dos adversários não teve efeito porque há tempo está desgastada: há décadas a UDC prevê a decadência da Suíça no caso de ela se aproximar economicamente da Europa, mas essas ameaças não se tornam realidade”, afirma a revista alemã.

Vitória para trabalhadores sazonais

“Suíça quer mais Europa”, destaca o Jornal de Notícias, de Portugal. “A vitória do Sim protege, desta forma, os trabalhadores sazonais, incluindo aqui 12 mil portugueses que nesta altura trabalham na Suíça (a comunidade emigrante portuguesa é superior as 200 mil). “Os suíços estão conscientes da importância dos trabalhadores estrangeiros”, comentou o embaixador português na Suíça.

Diante do ceticismo em relação à Europa alimentado pelo maior partido suíço, a UDC, “os 60% para o sim aos acordos são uma divina surpresa”, escreve o Libération. O jornal francês avalia que, com esse resultado, a Suíça se tornou “um pouco mais europeia”.

“O voto mostra que os enormes interesses econômicos e comerciais pesaram mais do que o medo no momento da votação”, analisa o diário espanhol El País.

“Grito de protesto” do Ticino

“O sim dos suíços salva os acordos com a UE”, afirma o jornal austríaco Die Presse. “O fato de os suíços dizerem sim, apesar do medo e das irritações com os alemães, é um grande sucesso para os defensores da ampliação da livre circulação de pessoas.”

Também o Corriere della Sera concorda com essa opinião. O diário italiano, no entanto, chama a atenção para a “frente anti-italiana do Ticino”, estado que rejeitou os acordos por 65,8% dos votos. “O grito de protesto do estado do sul da Suíça não pode ser ignorado.”

swissinfo, Geraldo Hoffmann (com os sites citados)

O Ministério romeno das Relações Exteriores manifestou oficialmente nesta segunda-feira sua satisfação com o resultado da votação de domingo na Suíça.

Em seu comentário à Reuters TV, a jornalista Miruna Coca-Cozma, resumiu assim o clima no país após o “sim” suíço: “É um grande alívio. Esta é a Suíça que amamos, a Suíça que respeitamos”.

Durante a campanha do plebiscito, a direita nacionalista suíça tentou mobilizar a população argumentando que a ampliação dos acordos bilaterais com a UE à Bulgária e à Romênia causaria uma invasão de imigrantes desses países, que sobrecarregariam o sistema helvético de previdência social.

swissinfo.ch

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