Navigation

Videastas vão representar a Suíça na Bienal

Projeção na "light box" (divulgação) Divulgação

Frédéric Mosel e Philippe Schwinger são os artistas escolhidos para representar a Suíça na 26.° Bienal de Arte de São Paulo, de 25 de setembro a 19 de dezembro.

Este conteúdo foi publicado em 18. agosto 2004 - 15:13

Apesar de suas raízes estarem em Lausanne e Genebra, a produção do filme de 16 minutos foi realizada na Alemanha e será apresentado em uma instalação na Bienal.

Kottbusser Tor é uma encruzilhada no coração de Kreuzberg, um conhecido bairro habitado por imigrantes turcos em Berlim. Na movimentada estação de metrô, ninguém sabia informar onde ficava a rua do cinema Babyllon nesse labirinto a céu aberto.

Exclusividade para a Bienal

Finalmente chego a uma rua sem saída onde se esconde o espaçoso e elegante atelier da dupla de vídeo-artistas suíços Frédéric Mosel e Philippe Schwinger.

Ambos foram selecionados pela Secretaria Federal de Cultura (OFC), em Berna, para representar a Suíça na 26° Bienal de Arte de São Paulo, de 25 de setembro a 19 de dezembro. Esta edição da Bienal, considerada uma das três mais importantes deste tipo no mundo, apresentará 140 artistas de 60 países.

A instalação do filme, planejada exclusivamente para a Bienal de São Paulo, chama-se “Unexpected Rules” (Regras Imprevistas) e tem suas raízes baseadas no teatro, cinema e na lógica de um dos matemáticos brasileiros de maior projeção internacional, Newton da Costa.

Matemática e lógica

O interesse pelo mesmo foi despertado depois de terem lido uma menção sobre o uso de suas teorias no campo da psicologia em um livro de um terapeuta italiano.

O fascínio da dupla decorre do fato de Costa ter inventado uma lógica que integra as contradições, os paradoxos. Talvez essa mesma lógica possa justificar o paradoxo de dois suíços instalarem seu atelier, ensolarado e com grandes espaços livres, em uma região berlinense completamente caótica.

Arte suíça em Berlim e "light box"

Durante três anos, Frédéric Mosel e Philippe Schwinger dirigiram um teatro independente e alternativo chamado “ateliê aqui e agora”, em Lausanne. Estudaram na Escola Superior de Artes Visuais de Genebra especializando-se em mídia mista, um segmento das artes visuais que integra diversas artes.

Depois de ganharem diversos prêmios internacionais, em 2002 e 2003, receberam uma bolsa do governo suíço para passar um ano em Berlim. Gostaram tanto das condições favoráveis da cidade para a produção de suas obras que decidiram ficar na capital alemã.

Ao serem selecionados, entre outros artistas, pela Secretaria Federal de Cultura(OFC) para fazer uma proposta artística que representasse a Suíça na Bienal de São Paulo, a dupla desenvolveu o projeto chamado “Unexpected Rules”. Foi o projeto escolhido pelo OFC.

O filme de 16 minutos que produziram será projetado dentro de uma “light box” de 3 m de altura por 5,30 m de comprimento, iluminada por 1800 lâmpadas incandescentes nas cores azul, laranja, verde e vermelha.

“Normalmente utiliza-se uma "black box" para projetar filmes mas, como nós falamos de paradoxos, escolhemos fazer o contrário e iluminar a projeção do início do filme durante dois minutos; mais que isso não seria possível pois as lâmpadas aquecem excessivamente o espaço onde o expectador vai ver o filme”, explica Frédéric Mosel.

O filme

No início do filme vê-se o cenário da trama na tela como se fosse um palco de teatro, com a mesma light box do cenário do filme presente na instalação de onde o expectador observa a obra, uma espécie de espelho, a continuação da tela na instalação.

A dramaturgia do filme é uma mistura de teatro e comédia. Uma interpretação sobre a política e o jogo do poder. Inspirados no escândalo do então presidente Clinton com Mônica Lewinski, o filme trata de uma discussão que ocorre entre sete personagens sobre o paradoxo da destituição de um presidente por causa de um caso amoroso.

De um lado, um procurador tenta destituir o presidente do poder; de outro, o presidente tenta manter-se no poder e desenvolve uma estratégia para obter o perdão de seus eleitores por seus atos de infidelidade. Entre os atores está a jovem brasileira Fernanda Farah que atualmente vive em Berlim. Os diálogos são em inglês.

Trata-se portanto de uma obra de arte suíça, interpretada em inglês, feita na Alemanha, baseada em fatos ocorridos nos Estados Unidos e projetada, em parte, em uma "light" box ao invés de uma tradicional "black box".

swissinfo, Gleice Mere, Berlim

Fatos

O projeto que representa a Suíça é o vídeo de 16 minutos, "Regras Imprevistas".
A Bienal de São Paulo ocorre entre 25 de setembro e 19 de dezembro.

End of insertion

Breves

- Frédéric Mosel e Philippe Schwinger são suíços radicados em Berlim.

- São especialistas em mídia mista, que integra várias artes.

- Tem a ver com caso do ex-presidente Clinton com Mônica Lewisnki.

- Os autores se dizem influencidados pelas teorias do matemático brasileiro Newton da Costa.

End of insertion
Em conformidade com os padrões da JTI

Em conformidade com os padrões da JTI

Mostrar mais: Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch

Veja aqui uma visão geral dos debates em curso com os nossos jornalistas. Junte-se a nós!

Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch

Ordenar por

Modificar sua senha

Você quer realmente deletar seu perfil?

Não foi possível salvar sua assinatura. Por favor, tente novamente.
Quase terminado… Nós precisamos confirmar o seu endereço e-mail. Para finalizar o processo de inscrição, clique por favor no link do e-mail enviado por nós há pouco

Leia nossas mais interessantes reportagens da semana

Assine agora e receba gratuitamente nossas melhores reportagens em sua caixa de correio eletrônico.

A política de privacidade da SRG SSR oferece informações adicionais sobre o processamento de dados.