Perspectivas suíças em 10 idiomas

“Janela aberta para a Suíça”

Beat Witschi é desde o início do ano o novo diretor da swissinfo. swissinfo.ch

Beat Witschi é o novo diretor da swissinfo/Rádio Suíça Internacional. Para ele a Internet ainda oferece um grande potencial de crescimento e abertura de novos horizontes.

No novo cargo ele pretende melhorar a oferta e qualidade das informações voltadas para os suíços do exterior e os interessados na Suíça.

A partir do início de 2005, você assume o posto de comando da swissinfo. O que lhe atrai nesse novo desafio?

Depois de anos de experiência no serviço de ondas curtas da Rádio Suíça Internacional, eu participei do grupo de trabalho que introduziu o site da swissinfo. Agora estou vivendo o período em que a Sociedade Suíça de Radiodifusão (SRG SSR idée suisse), a empresa pública a qual pertencemos, define toda uma nova estratégia de multimídia.

A swissinfo terá um papel muito importante nesse programa. Além da nossa principal função – fornecer informações para os suíços no exterior – temos outros serviços para oferecer. Vou me empenhar para que a SRG SSR idée suisse reconheça esse papel e que possamos ajudar a empresa no seu desenvolvimento em multimídia.

Como você se preparou para os novos desafios?

Minha sorte foi ter aprendido sobre as novas tecnologias quando estava trabalhando fora da Rádio Suíça Internacional. Agora quero empregar o know-how nas minhas novas funções.

Ao mesmo tempo estarei aproveitando de uma experiência de muitos anos no jornalismo. Eu conheço muito bem essa casa que estou agora chefiando.

Você poderia nos revelar agora quais serão as novidades das sua gestão?

Primeiramente queremos integrar melhor o site de informações da swissinfo dentro do leque de ofertas da SRG SSR idée suisse. Em segundo lugar, nosso objetivo será melhora da técnica e do conteúdo do nosso noticiário em nove idiomas. A oferta de informações deve ser cada vez mais atrativa e útil para os usuários.

Também precisamos oferecer mais aos suíços do exterior. Um exemplo é o tema “serviços”, que se encaixa perfeitamente na tecnologia da Internet.

Quais são os planos concretos para 2005?

Concretamente queremos melhorar nos próximos doze meses o nosso site. Há dois anos já foram feitas boas reformas, quando reestruturamos as páginas. Agora falta torná-las mais interativas, rápidas e informativas.

Quanto aos planos em médio prazo, preciso lembrar que o futuro da swissinfo depende de como seremos integrados dentro da oferta geral da SRG SSR idée suisse e das decisões que serão tomadas nos últimos escalões.

Você tocou agora na questão da estratégia on-line da empresa: a swissinfo existirá nos próximos três anos no seu formato atual?

O site swissinfo existirá de qualquer maneira. Porém, se ele será em nove idiomas, eu ainda não sei. Eu desejo que isso aconteça, mas tudo depende da vontade do governo e do Parlamento.

Na minha opinião, a swissinfo está muito bem posicionada: somos flexíveis, os custos são reduzidos, oferecemos material informativo de alto nível e cobrimos grande parte do globo através do uso de tecnologias modernas.

De forma geral, eu estou muito otimista que nós continuaremos a existir nos próximos anos.

A concorrência aumenta não só dentro do próprio grupo SRG SSR idée suisse, mas também no mercado privado. Quais são as chances da swissinfo nessa constelação?

Nossas funções são determinadas pelo governo federal e o Parlamento, que nos deram o mandato de produzir informações para os suíços do exterior. Além disso, somos co-financiados pela SRG SSR idée suisse. Esses dois grupos irão decidir como e se a swissinfo continuará a existir.

De qualquer maneira precisamos continuar a nos desenvolver. O conteúdo depende da definição da estratégia de informação e multimídia, algo que ainda está para ocorrer.

O ideal é que a swissinfo seja um complemento daquilo que a SRG SSR idée suisse já oferece em termos de multimídia. Os debates que têm ocorrido na casa já sinalizam essa direção.

Queremos oferecer a maior quantidade possível de informações, porém devido aos limites dos nossos recursos não é possível fazer tudo sozinho. Por isso é necessário criar parcerias criativas. Esse é o caminho que estamos seguindo.

O que destaca a swissinfo de outras plataformas de informação on-line?

Sobretudo a sua perspectiva de exterior, já que as mídias suíças atendem primariamente o público interno. Sua ótica é muitas vezes marcada pelo regionalismo.

Porém a swissinfo precisa oferecer muito mais do que isso, ou seja, uma exposição geral da Suíça. Nossos jornalistas precisam ver o país como se estivessem além das suas fronteiras. Eles precisam falar dos temas, tendências e desenvolvimentos mais importantes, que se escondem por trás dos acontecimentos diários. Esse é o nosso mercado, nosso potencial e, sobretudo, nosso mandato.

No final de outubro a swissinfo encerrou com os programas de rádio em ondas curtas, porém muitas pessoas não têm acesso à Internet. Qual a sua opinião em relação ao problema?

O ideal seria que nós utilizássemos as mais diferentes tecnologias como rádio, televisão, Internet ou telefonia móvel. Devido às finanças fomos obrigados há alguns anos a tomar uma decisão. Nesse sentido, ela favoreceu a Internet.

A vantagem é que podemos assim oferecer muito mais conteúdo do que anteriormente. A desvantagem é que a Internet não está presente em todos os lares. Colocando tudo sobre uma balança, consideramos que essa é a melhor forma de atender o público internacional e de suíços que vivem no exterior.

Quais são as perspectivas da Internet para o futuro?

A mistura de formatos continuará a se desenvolver. Num futuro próximo a tendência é do individualismo: cada usuário estará determinando o que ele quer assistir em termos de áudio e vídeo.

Hoje em dia as mais novas gerações já decidem quando e como – e através de que aparelhos – eles se informam. A tendência é “on demand”, ou seja, informações por encomenda. Esse é o grande potencial da nova tecnologia e está longe ainda de ser esgotado.

swissinfo, Gaby Ochsenbein
traduzido por Alexander Thoele

Beat Witschi nasceu em 15.06.1958 em Berna e cresceu em Thun, cidade do cantão de Berna.
Formou-se em letras (alemão e inglês) na Universidade de Berna.
De 1988 a 1995: redator da Rádio Suíça Internacional (RSI).
De 1995 a 1999: jornalista da CNN Atlanta, EUA.
De 1999 a 2000: especialista on-line na swissinfo.
De 2000 a 2001: chefe da CNN de Londres.
De 2001 a 2004: chefe de produtos da swissinfo.
A partir de 2005, diretor-geral da swissinfo.

swissinfo (Rádio Suíça Internacional) difunde programas em nove idiomas: alemão, francês, italiano, inglês, português, espanhol, árabe, japonês e chinês.

Orçamento da swissinfo para 2005: 28 milhões de francos (subvenções federais: cinco milhões. SRG SSR idée suisse: 23 milhões)

O governo federal da Suíça irá retirar nos próximos anos sua parte no financiamento devido ao programa de corte de despesas.

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SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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