A taxa de natalidade na Suíça no ano passado caiu para 1,39 filhos por mulher, abaixo da média europeia, informou a rádio pública suíça, RTSLink externo.
De acordo com os últimos números do Departamento Federal de Estatística (FSO), a taxa de natalidade suíça caiu para o nível mais baixo de todos os tempos, com 1,39 filhos por mulher. Essa queda pode ser devida a razões financeiras ou de política familiar, diz Valérie-Anne Ryser, cientista social da Universidade de Lausanne.
Em 2022, o número de nascimentos na Suíça diminuiu 8,5% em comparação com 2021. Desde 2010, a taxa de natalidade tem flutuado de forma constante em torno de 1,5 filhos por mulher, mas em 2022 caiu para 1,39.
De acordo com Ryser, pode haver vários motivos para essa queda na taxa de fertilidade. Ela pode ser cíclica e estar relacionada à crise da Covid-19. “Os vários semi-lockdowns que vivemos podem ter criado uma sensação de insegurança entre as pessoas, que decidiram ter menos filhos”, disse ela à RTS.
Esse fenômeno foi observado em outros lugares da Europa, especialmente nos países do sul, que foram duramente atingidos pela pandemia de Covid-19, pelo alto índice de desemprego e por grandes problemas econômicos. “Estamos vendo esse declínio em vários países ao nosso redor”, disse Ryser.
Outra possível causa poderia ser a falta de flexibilidade nas políticas familiares na Suíça. “Na sociedade suíça, as mulheres ainda são consideradas responsáveis pela paternidade, no sentido de que a licença paternidade foi introduzida recentemente e é curta, mesmo para os padrões europeus”, explicou Ryser.
Por fim, a queda na taxa de natalidade também pode se dever a uma escolha deliberada de não ter filhos. “Podemos ver que, no momento, há muita discussão sobre o que significa para um casal ter um filho, e também há muito debate sobre a responsabilidade que vem com o fato de ter um filho”, explica Ryser.
Entretanto, ela acredita que ainda é difícil saber se esse número de 1,39 filhos por mulher é “uma tendência que se confirmará no futuro ou se é puramente cíclica”.
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