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Estação a 3.571 metros de altitude faz aniversário

A estação meteorológica dedica-se às pesquisas climáticas. Keystone

No cume do desfiladeiro da montanha Jungfrau, cantão de Berna, está o centro de pesquisas mais elevado da Europa e um dos mais reputadas no mundo. Ele festeja nessa semana 75 anos de existência.

A 3.571 metros de altitude, essa estação cientifica ajuda a desvendar diversos mistérios do clima, sobretudo poluições atmosféricas do passado e presente.

Construída em 1931 graças à perseverança do meteorologista e explorador da Groelândia Alfred de Quervain, a estação se dedicou primeiramente à pesquisas astronômicas e o estudo do mal das montanhas, a reação fisiológica que muitas pessoas têm ao estar em alturas elevadas.

Hoje em dia ela é um dos centros europeus mais reputados em pesquisas sobre o meio ambiente, indica o laboratório EMPA, sigla em alemão para “Eidgenössische Materialprüfungs- und Forschungsanstalt” (Instituto Suíço de Pesquisa e Análise de Materiais), da qual ela pertence.

Os cientistas que trabalham no local estudam, por exemplo, as minúsculas bolhas de ar aprisionadas nas geleiras das montanhas, o que permite conhecer mais sobre a historia do meio ambiente. Eles também analisam poluições atmosféricas.

Efeito estufa

No cume, o laboratório EMPA dispõe de aparelhos de medição capazes de determinar a amplitude das emissões de gases que provocam o efeito estufa, suas origens e variações temporárias.

A instituição verifica também, de forma independente, o cumprimento de acordos internacionais como o protocolo de Kyoto sobre a redução da emissão de gases, também assinado pela Suíça.

No total, a cada ano, cientistas de vinte e cinco diferentes grupos de pesquisas vindos dos quatro continentes do globo têm 1.500 pernoites na estação.

Existência justificada

No pico do desfiladeiro, centros de meteorologia como a MétéoSuisse registram automaticamente, a cada dez minutos, temperatura, velocidade do vento e outros aspectos climáticos. Essas observações são completadas também por observações visuais.

Segundo Gerhard Müller, diretor-adjunto do centro, a coleta de dados é uma luta permanente para ajustar corretamente os aparelhos de medição, que trabalham em condições atmosféricas muitas vezes bem difíceis.

Apesar de vivermos a era dos satélites, a existência da estação no Jungfraujoch continua sendo justificada, como explica Erwin Flückiger, diretor da Fundação Estações de Pesquisa Alpina de Altitude Elevada do Jungfraujoch e Gornergat (HFSJG, na sigla em francês).

Medições à longo prazo

Se a estação não existisse, teria sido necessária construi-la, assegura Erwin Flückiger. Isso pois inúmeras medições realizadas por satélite são calibradas a partir de medições feitas terrestres.

Os pesquisadores também estão de acordo em outro ponto. As medições de longo prazo não têm preço. Por essa razão, o Fundo Nacional Suíço de Pesquisa Científica, um órgão estatal de incentivo, financia os custos de funcionamento da estação com uma contribuição anual d 440 mil francos.

Na ocasião do 75º aniversario da estação, Erwin Flückiger revela também que outras setores da ciência também estão interessadas em utilizar a estação. A microbiologia e a ciência de materiais são exemplos.

swissinfo e agências

Através da entrega da concessão para a construção da linha férrea do Jungfrau, em 1894, surgiu a idéia de instalar uma estação de pesquisas a 3.500 metros acima do nível do mar.

A linha férrea do Jungfrau foi inaugurada em 1912. A estação, considerada na época um projeto pioneiro, foi construída em 1931. O observatório do Sphinx foi construído dez anos depois.

Com observatório astronômico e a estação de pesquisas sobre o mal das alturas, a estação do Jungfraujoch se transformou num dos centros de pesquisa sobre o meio-ambiente mais reconhecidos da Europa.

A sigla vem do alemão “Eidgenössische Materialprüfungs- und Forschungsanstalt” (Instituto Suíço de Pesquisa e Análise de Materiais), órgão que existe desde 1998.

Ele está integrado às escolas politécnicas federais e trabalha em conjunto com a industria e outras instituições públicas.

O EMPA tem três centros (Dübendorf, St-Gall, Thoune) e cerca de 800 funcionários.

O orçamento anual é de 116 milhões de francos, dos quais dois terços são custeados pelo governo federal suíço.

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