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Cresce a venda de canivetes suíços no mercado brasileiro

Os canivetes da Victorinox existem nas mais variadas formas e cores. Keystone

Produto que leva a Suíça no nome e sempre foi visto com muito interesse no Brasil, o canivete suíço pegou carona no bom momento econômico vivido pelo país nos últimos anos e deixou de ser somente um souvenir de viagem para se transformar em um frequente objeto do desejo e da compra do consumidor brasileiro.

Sinônimo de canivete suíço, a marca Victorinox colhe os frutos desse sucesso, consolidando no Brasil uma presença iniciada em 1993, quando abriu no país uma subsidiária responsável pela venda e marketing de seus diversos produtos.

“Mundialmente falando, o Brasil é um dos focos da empresa. Temos a certeza de que a representatividade do país em nossas vendas mundiais irá crescer consideravelmente nos próximos anos”, afirma à swissinfo.ch o diretor-geral da Victorinox do Brasil, Karl Kieliger. As vendas do último Natal reforçaram essa certeza. Mesmo não revelando números antes do balanço oficial “por uma questão estratégica”, Kieliger afirma que as cifras do período correspondem a 30% de todo o ano passado.

O bom desempenho de 2011 repetiu 2010, ano em que a Victorinox do Brasil apresentou um crescimento de 25%, marca superior aos 11% registrados em nível mundial. Um dos segredos do sucesso da marca – sobretudo junto ao consumidor jovem brasileiro – é a aliança entre funcionalidade e modernidade, simbolizada por novos produtos como canivetes com tala transparente (sem abrir mão do tradicional vermelho), ou canivetes dotados de leitores mp3, pen drives e altímetros digitais, entre outros apetrechos tecnológicos.

Além de atrair novos consumidores, as novidades servem também para estimular as vendas das dezenas de modelos de canivetes tradicionais: “Todas as nossas linhas vendem bem no Brasil. Os canivetes são nossos best-sellers e estão em primeiro lugar, seguidos pelas não menos importantes coleções de cutelaria, relógios, malas e perfumes”, afirma Karl Kieliger. O executivo aposta na conquista de novos públicos no país: “O brasileiro gosta muito da nossa marca, e isso vem se reforçando, pois ele procura cada vez mais produtos de qualidade.”

Os produtos da Victorinox podem ser encontrados em todo o Brasil, mas 70% das vendas da empresa estão concentradas nos estados das regiões Sul e Sudeste do país. O objetivo é preencher o espaço existente: “É importante ressaltar que as vendas em estados do Nordeste estão crescendo rapidamente. A estratégia da empresa é manter a posição já consolidada que temos no Brasil, garantir produtos de ótima qualidade e, principalmente, garantir que nossos clientes tenham acesso aos nossos produtos no país inteiro. Por isso, estamos focando nas vendas em estados menores, já que acreditamos que existe mercado para a qualidade e funcionalidade da Victorinox no Brasil todo”, afirma Kieliger.

Efeitos da crise 

O diretor da empresa reconhece que os efeitos da crise econômica global, ainda que leves no Brasil, já se fazem sentir: “Enxergamos que, de certa forma, o mercado brasileiro está sendo um pouco prejudicado pela crise europeia e americana, ainda mais quando falamos em produtos da área corporativa como presentes, promoções, etc. É uma pena, porque a economia interna do Brasil vai bem, mas a crise não permite que o país cresça como deveria”, lamenta.

A crise financeira, no entanto, não é suficiente para refrear o otimismo e os planos de crescimento da Victorinox para o mercado brasileiro: “Nossa meta é dobrar as vendas no Brasil nos próximos quatro anos. Acreditamos muito no mercado interno do país e, como falamos, é comprovado que o brasileiro gosta muito da nossa marca, que tem uma trajetória de mais de 125 anos”, diz Kieliger.

Wenger 

O maior exemplo da aposta que a Victorinox faz no dinamismo e na diversificação do mercado brasileiro é a estratégia de marketing e comercialização da marca de luxo Wenger, que foi adquirida há pouco mais de dois anos: “Fizemos uma parceria com uma rede de joalherias muito famosa no Brasil, a Vivara, e também atendemos a outras joalherias e relojoarias no país. Para divulgação de nossa marca, estamos trabalhando em conjunto com a Vivara e fazendo ações focadas com as próprias joalherias e ou relojoarias”, afirma Flávio Ribeiro, que é gerente da marca Wenger no Brasil.

A escolha minuciosa do público-alvo é parte da estratégia de divulgação da Wenger no Brasil: “Tomamos muito cuidado na hora de fazer a seleção na importação dos nossos relógios. Nossa intenção é atender aquele publico que deseja ter um relógio ‘Swiss Made’, mas não tem a possibilidade de viajar”, afirma Ribeiro.

A expectativa “é muito grande em relação aos resultados” da marca, segundo o gerente, devido ao preço para o consumidor (22 relógios com preços abaixo de mil reais; oito relógios até R$ 1,5 mil e acima de R$ 1,5 mil): “São preços bastante adequados à nossa realidade”, diz Ribeiro, que também cita o “sucesso mundial de vendas de relógios e outros itens como mochilas, malas de viagem e pastas.”

Em relação ao mercado de canivetes especificamente, o foco da Wenger é mais restrito: “O mercado é basicamente São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, devido à ótima distribuição da Victorinox, aliada a sua tradição no mercado brasileiro”, diz Ribeiro.

A Victorinox já criou mais de cem modelos de canivetes suíços, mas sua criação mais emblemática é o canivete Swiss Champ, com 33 diferentes funções e pesando somente 185 gramas.

Segundo a empresa, o Swiss Champ é composto por 64 partes fabricadas separadamente e passa durante sua produção por 450 processos de montagem.

A Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa), tem o canivete produzido pela empresa suíça como um dos equipamentos padrões de seu programa espacial.

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