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Em viagem a Moscou e Pequim, Lula tenta se firmar como mediador global

O presidente russo, Vladimir Putin, dá as boas-vindas ao presidente do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva (esq.), no Kremlin, antes da parada militar do 80º aniversário da vitória na Segunda Guerra Mundial - ou Grande Guerra Patriótica, como é chamada na Rússia.
O presidente russo, Vladimir Putin, dá as boas-vindas ao presidente do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva (esq.), no Kremlin, antes da parada militar do 80º aniversário da vitória na Segunda Guerra Mundial - ou Grande Guerra Patriótica, como é chamada na Rússia. Keystone

Em meio às repercussões do show de Lady Gaga no Rio e o ex-presidente Bolsonaro saindo do hospital, a mídia suíça destacou a visita do presidente Lula à Rússia. Único líder democrático de peso convidado, Lula aposta seu capital político internacional como mediador nos conflitos mais severos da atualidade.

De 3 a 9 de maio de 2025, vasculhamos a imprensa suíça para dar uma visão geral das notícias mais importantes relacionadas ao Brasil, Portugal ou África lusófona.

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Uma oportunidade para discussão

Luiz Inácio Lula da Silva se encontrará com seu colega russo, Vladimir Putin, em Moscou, e depois com o presidente chinês, Xi Jinping, durante uma visita de Estado a Pequim.

O presidente brasileiro deve assistir ao grande desfile militar na Praça Vermelha, em comemoração ao 80º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. Vinte e oito outros líderes também devem participar da cerimônia em Moscou, incluindo Xi Jinping e o presidente cubano Miguel Diaz-Canel.

De acordo com um alto diplomata brasileiro, a reunião bilateral entre Lula e Putin será “uma oportunidade de discussão” sobre esse conflito, depois de tentativas infrutíferas do Brasil de mediar o conflito ao lado da China.

“O Brasil é um país que busca a paz e o diálogo com a Rússia em uma série de questões”, disse Eduardo Paes Saboia, secretário do Ministério das Relações Exteriores do Brasil para as relações com a Ásia, a jornalistas em Brasília. Ele também enfatizou que o país sul-americano está “em diálogo com a Ucrânia”, cuja “integridade territorial” é defendida.

Lula viajará para Pequim de 11 a 13 de maio, seis meses depois que Xi Jinping visitou Brasília após a cúpula do G20 no Rio de Janeiro. A China e o Brasil, os pesos pesados do Brics, o grupo de países emergentes, criticaram fortemente o aumento das tarifas alfandegárias recentemente decidido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que visa especialmente Pequim.

O gigante asiático é o maior parceiro comercial do Brasil, com o comércio entre os dois países atingindo mais de 160 bilhões de dólares em 2023.

Fonte: BluewinLink externo, BlickLink externo, em 07.05.2025 (em francês) 

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Desvio de rota 

Um pequeno detalhe da viagem, destacado pelo jornal regional Zentralplus, informa que os voos das comitivas brasileira e cubana a Moscou tiveram que desviar do espaço aéreo dos países bálticos.

“Convidados estrangeiros não podem sobrevoar os estados bálticos da Estônia e da Lituânia para comemorar a Segunda Guerra Mundial na Rússia.

Os dois países da UE e da OTAN fecharam seu espaço aéreo para chefes de estado e de governo que desejassem viajar para o Dia da Vitória em Moscou, neste 9 de maio. A Estônia e a Lituânia não queriam apoiar o desfile “de forma alguma”, disse o Ministro das Relações Exteriores da Estônia.

Fonte: ZentralplusLink externo, em 07.05.2025 (em alemão) 

Apagão ibérico reaviva questão nuclear na Suíça

O apagão na Espanha em 28 de abril reacendeu o debate sobre a energia nuclear na Suíça. Alguns políticos veem o incidente como um argumento para abandonar a eliminação progressiva da energia nuclear, votada em 2017.

Grupos pró-nucleares estão apontando o dedo para a geração solar como um fator que poderia desestabilizar a rede, dada a sua natureza descentralizada. A esquerda, especialmente os ecologistas, denunciou o apagão como uma manobra política, ressaltando que as energias renováveis, se gerenciadas adequadamente, podem garantir a segurança energética.

O apagão de 28 de abril na Península Ibérica afetou o sul da França sem atingir a Suíça. Mas poderia ter repercussões políticas. Em Berna, sob o impulso do Conselheiro Federal Albert Rösti, há quem espere colocar a indústria nuclear de volta aos trilhos.

Mais de 55 milhões de pessoas ficaram sem energia. Embora as causas exatas do incidente ainda não sejam conhecidas, a alta produção solar da Espanha está sendo responsabilizada pela desestabilização da rede. E alguns estão lamentando imediatamente a decisão de Madri de fechar suas usinas nucleares até 2035.

“O objetivo é insinuar a ideia de que a energia solar não é uma energia do futuro”, teme o parlamentar Verde Christophe Clivaz, que também é professor associado do Instituto de Geografia e Sustentabilidade da Universidade de Lausanne. “Sim, as energias renováveis mudam o funcionamento do sistema, tornando-o mais descentralizado do que com os grandes produtores, como as usinas nucleares, mas agora temos as ferramentas para adaptar essa rede”, analisa o ecologista, acrescentando que ‘a energia solar é muito complementar à energia hidrelétrica’, que continua sendo a base da produção suíça.

Para a deputada liberal Simone de Montmollin, a principal lição do apagão espanhol continua sendo a confirmação da necessidade de assinar a parte de eletricidade do pacote de acordos com a União Europeia, porque a Suíça não é levada em conta atualmente nos planejamentos da UE. “Ao sermos totalmente integrados à rede interconectada do continente, ganharemos em segurança de fornecimento e estabilidade”, diz ela.

Fonte: Le TempsLink externo, em 06.05.2025 (em francês)

Depardieu filma em Portugal enquanto a polícia não vem

Gérard Depardieu, implicado em vários casos de violência sexual, está filmando em Portugal sob a direção de sua amiga atriz Fanny Ardant.

O ator francês de 76 anos saberá em 13 de maio a decisão do Tribunal Penal de Paris, que o julgou em março por agressões sexuais que ele nega terem sido cometidas no set de filmagem de “Les Volets verts” (2022). Foi solicitada uma pena de dezoito meses de prisão suspensa.

As filmagens começaram em abril na ilha de São Miguel, a maior do arquipélago dos Açores, e devem terminar na próxima semana, disse à AFP a produtora Ana Pinhao Moura. Trata-se de uma produção 100% portuguesa”, explicou ela, ‘uma história de amor sobre duas mulheres que se encontram em uma ilha misteriosa’.

Fanny Ardant, que escreveu e dirigiu o filme, testemunhou a favor de Gérard Depardieu durante seu julgamento.

O ator também está sendo processado desde dezembro de 2020, após uma queixa de estupro apresentada pela atriz Charlotte Arnould, quase cinquenta anos mais nova que ele. O ator também rejeita essas acusações.

No Instagram, a atriz chamou a atenção de Fanny Ardant, criticando a “indecência da (sua) escolha” de dar um papel a Gérard Depardieu.

Fonte: RTNLink externo, em 03.05.2025

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