Expatriados suíços rejeitam iniciativa ‘Lei suíça em primeiro lugar’
Os cidadãos suíços que vivem no exterior votaram em peso contra uma proposta da direita de colocar a Constituição suíça acima do direito internacional.
Em uma análise preliminar dos resultados de domingo, entre 66% e 79% dos suíços que moram fora do país disseram não à proposta da “lei suíça em primeiro lugar”. No geral, 66,2% dos eleitores suíços recusaram a iniciativa.
O Partido Popular Suíço (SVP, na sigla em alemão) disse que sua iniciativa visava preservar a soberania suíça e a democracia direta, dando aos cidadãos a palavra final sobre qualquer tratado internacional.
Com a proposta, o poder do governo, do parlamento e dos tribunais teriam sido restringidos. Os acordos internacionais que não estivessem de acordo com a constituição suíça teriam sido cancelados ou sujeitos a novas negociações.
A análise de como os suíços no exterior votaram a questão revelou que os eleitores suíços no exterior confiam mais nas informações obtidas online do que as pessoas na Suíça, que também têm acesso à TV, rádio, imprensa e cartazes de campanha.
Quatro entre cinco eleitores estrangeiros registrados no cantão de Genebra votaram não para a “lei suíça em primeiro lugar”, em comparação com uma rejeição de pouco mais de dois terços dos que estão na lista de votação no cantão de St. Gallen. Esse baixo valor para os eleitores suíços no exterior ainda era maior do que o resultado geral.
Os resultados estão de acordo com os padrões de voto dos suíços no exterior em iniciativas apresentadas pelo SVP – os expatriados são geralmente mais céticos em relação às suas campanhas anti-europeias e anti-imigração.
Pesquisa de opinião
A primeira análise de como os suíços expatriados votaram no domingo foi realizada pelo instituto de pesquisa gfs.bern, encomendada por swissinfo.ch. Cerca de 300 expatriados participaram da pesquisa.
O autor da pesquisa, o cientista político Urs Bieri, disse que 81% de todos os entrevistados – sejam suíços no exterior ou na Suíça – afirmaram que não era difícil formar uma opinião sobre a iniciativa.
A disponibilidade de fontes para obter informações sobre a iniciativa foi o que separou os dois grupos de eleitores. “O conteúdo online da mídia, como swissinfo.ch e outros, é de importância central para os eleitores suíços no exterior”, disse Bieri. “Se você quiser falar com os suíços no exterior, você precisa alcança-los pela internet”.
A decisão do SVP de abandonar suas conhecidas campanhas provocadoras levou a uma porcentagem ligeiramente maior de suíços no exterior, em comparação com outros eleitores, que não puderam atribuir a iniciativa “lei suíça em primeiro lugar” ao partido de direita conservadora.
Veja abaixo os resultados e os temas da última votação do ano:
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Democracia direta faz suíços votarem até sobre chifres de vacas
Adaptação: Fernando Hirschy
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