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UBS quer esquecer o passado

Keystone

Segundo o primeiro banco do país, o prejuízo enorme que a instituição vem tendo depois da crise financeira é reflexo das falhas na estratégia do banco.

No entanto, em seu “Relatório sobre a transparência” publicado na quinta-feira (14), o UBS reafirma que não vai processar seus ex-diretores.

A falta de planejamento sistemático na estratégia de crescimento do banco de investimentos “contribuiu de forma significativa” nas perdas sofridas pelo banco, admite o UBS em seu relatório. Os incentivos do sistema de remuneração para aumentar o faturamento sem levar suficientemente em conta os riscos também incentivaram essa estratégia.

Várias unidades da instituição praticavam as mesmas operações, multiplicando os riscos. O banco levantava capital no mercado que depois era transferido para si mesmo sem prêmio de risco. Isso permitiu que o banco se recapitalizasse de forma barata, reconheceu o UBS em um relatório de 76 páginas exigido em maio pelas Comissões de Gestão do Parlamento.

“O que aconteceu não deveria ter acontecido”

O presidente do conselho de administração do UBS, o ex-Conselheiro Federal Kaspar Villiger, também julgou no comunicado que “o que aconteceu não deveria ter acontecido”. A instituição também reconhece que “se embalou na ilusão” de que o valor dos produtos ligados ao mercado imobiliário dos EUA era estável e suficientemente coberto.

O relatório salienta também lacunas na formação e na instrução dos funcionários, observando que em alguns casos, as normas internas não estavam claras.

De olho no futuro

Em mais um exame sobre os problemas no negócio de gestão de ativos, o relatório destaca a falta de análise no nível da concordância nas atividades de gestão de ativos internacionais com os Estados Unidos. Embora o banco tivesse tomado algumas iniciativas, as medidas implementadas foram consideradas insuficientes e muito lentas.

Tal como no passado, o UBS continua dizendo que não vai processar os executivos do banco da época por causa dos altos custos decorrentes do procedimento, cujo resultado, na opinião do banco, permanece incerto. O UBS também quer evitar mais uma ação legal contra o banco, o que prejudicaria o restabelecimento de sua reputação, além de enfraquecer sua posição nos processos em andamento.

Ainda assim, a instituição diz ter aprendido as lições da crise e que agora quer se concentrar no futuro. O UBS renovou quase toda a sua direção, adaptou sua governança e remanejou sua estratégia.

UBS foi o banco europeu mais atingido pela crise dos “subprime” (2008-2009), com perdas de cerca de 40.000 milhões de francos suíços.

Marcel Ospel foi presidente do UBS, entre 2001 e abril de 2008.

Marcel Rohner e Peter Wuffli foram diretores gerais do banco em diferentes períodos de 2007.

O UBS é o resultado da fusão, em 1998, entre o Swiss Bank Corporation e o Union Bank of Switzerland.

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