Destruído o cargueiro que poluiu a Lagoa dos Patos.

O Senegal torpedeou o "Orient Flower", cargueiro velho, em ruína, registrado na Suíça. O barco poluiu em 1998, quando se chamava "Bahamas", a Lagoa dos Patos (RS), deixando 6500 pescadores sem ganha-pão, lembra pesquisa do jornal suíço do "Dimanche-ch",

O jornal suíço consagra as páginas 1, 2 e 3 à pesquisa (assinada pelo redator-chefe Jean-Philippe Ceppi), traçando o história do cargueiro de 170 m de comprimento, lançado às águas em 1970. “Ele pertence a obscuros armadores sem escrúpulo”, escreve Ceppi, assinalando que o provável proprietário atual, Claudio Colagrossi, vive em Clarens, ao lado de Montreux, na Suíça.

O “Orient Flower”, sexto nome de batismo desse barco para transporte de produtos altamente tóxicos, foi explodido pela Marinha do Senegal, na semana passada, ao largo do porto de Dacar, onde em ruínas estava encalhado desde outubro, representando uma ameaça para a região.

“Dimanche.ch” lembra que o último carregamento do “Orient Flower” eram 12 toneladas de ácido sulfúrico. A metade foi descarregada na Lagos dos Patos, sul do Brasil em setembro de 1998, “provocando uma grave poluição na costa e um desastre ecológico para os pescadores brasileiros”. (Não se sabe onde foi parar a outra metade).

O jornal realça que nos oceanos navegam outros barcos do gênero em “estado lamentável” considerados “verdadeiras bombas ecológicas” e os donos utilizam “todo o arsenal jurídico” para dificultar processos.

No caso do “Orient Flower” foi possível traçar a pista dos diferentes “proprietários suspeitos”. Os dois últimos, Panagis Zissimatos e Claudio Colagrossi (dono da empresa “Prestonwood Finance Inc.”), com residência na região suíça de Montreux. Mas estima que Colagrossi possa ser um simples “testa-de-ferro” de Zissimatos.

J.Gabriel Barbosa