Falsificação de relógios dá prejuízo de 800 milhões
As cópias de relógios custam 800 milhões de francos por ano à indústria relojoeira suíça. A principal associação do setor está preocupada com a persistência do fenômeno.
Os principais centros de falsificação estão no sudeste asiático e na região mediterrânea.
800 milhões de perdas por ano não é pouco dinheiro. A soma representa quase 8% do valor total das exportações do setor relojoeiro suíço, que foi de 10,18 bilhões no ano passado, 4,4% a menos do que em 2002.
«Não diria que a situação piorou mas ela continua grave”, declarou a swissinfo o presidente da Federação Relojoeira (FH), Jean-Daniel Pasche.
Entre as formas de luta contra as falsificações, a FH contrata escritórios de advogacia e investigação em vários países.
Em setembro do ano passado, Pasche visitou centros comerciais que trabalham com contrabando e falsificações em São Paulo, acompanhado por membros do escritório que trabalha para a FH na capital paulista.
Variedade das cópias
No ano passado, o serviço antifalsificação da FH analisou 1.187 amostras compradas ou confiscadas em 31 países. “60 marcas diferentes foram usurpadas”, afirma a FH, o que quer dizer que os falsários não copiam somente as marcas suíças mais famosas.
No entanto, há uma predileção pelas marcas Rolex, Cartier, Rado e Omega, conforme declarou Nicolas Hayek, presidente do Grupo Swatch (o maior do país), ao semanário Hebdo.
“Eles consultam as revistas especializadas e copiam todos os modelos de sucesso”, afirma o relatório anual da FH poublicado sexta-feira (18.6). Para várias marcas, existem mais falsos no mercado do que originais.
Ao lado das cópias ilegais de relógios inteiros, a FH constata um aumento das peças “originais” com falsa indicação de origem (Suíça ou Genebra, por exemplo).
Onde se falsifica
As regiões de fabricação de falsos praticamente não mudaram nos últimos anos, constata a FH. São principalmente o sudeste asiático, a começar pela China, e a região mediterrênea, principalmente a Turquia, Itália e Espanha.
De maneira geral, os modelos mais baratos são falsificados na Ásia e os mais sofiscados na região do Mediterrâneo. “Existem falsos tão perfeitos que só um especialista é capaz de fazer a diferença”, afirmou Jean-Daniel Pasche a swissinfo.
A rede de distribuição é que se ampliou para a Europa Central e Oriental, a Grã-Bretanha e os Estados Unidos, segundo o relatório da FH.
A luta da FH
Para lutar contra as falsificações “lançamos diferentes operações, com o apoio das marcas, mesmo se elas têm seus próprios programas de combate”, afirma o presidente da FH.
Em 2003, foram mantidos contatos com o Brasil (quando da visita do ministro da Economia Joseph Deiss a Brasília, em setembro) e com a China, para que a legislação possa ser melhorada.
“Também tentamos detectar as cópias, destruí-las e processar esses fabricantes. Eles prejudicam os Estados porque não pagam impostos nem seguridade social”, afirma Pasche.
Prejudicam Estados mas sobretudo as empresa suíças. “Elas investem muito em pesquisa, marketing e os falsificadores tiram proveito disso. O consumidor deveria ser consciente da importância desses prejuízos e dos riscos que corre”, explica o presidente da FH.
Mercado suíço
A venda de relógios falsos não ocorre somente nos países asiáticos ou na sul da Europa.
As vendas por internet também são questionadas e, estatisticamente, “uma pessoa é presa a cada 5 dias na fronteira suíça com um pacote de relógios falsos”, constata o relatório da FH.
O principal ponto de entrada de falsificações na Suíça continua sendo o aeroporto de Zurique.
swissinfo com agências
Em 2003, das 1.187 amostras confiscadas ou compradas em 31 países, a FH constatou falsificações em 60 marcas diferentes.
O prejuízo anual de 800 milhões de francos representam 8% do valor total das exportações (10,18 bilhões de francos, em 2003).
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