Governo quer privatizar telefônica

Privtizar telecomunicações permitiria alianças e traria dinheiro para o caixa Keystone

O governo suíço pretende mudar a Constituição para poder vender sua participação na Swisscom, maior empresa de telecomunicações do país, para permitir que ela faça alianças com empresas estrangeiras. Pretende também criar um banco dos Correios.

Até janeiro de 1998, as Telecomunicações eram monopólio estatal na Suíça. Com a entrada em vigor da nova lei, o governo manteve 65,5 p/cento do capital da Swisscom e a o restante foi privatizado.

No entanto, com esse estatuto especial, a Swisscom é administrada com critérios da iniciativa privada mas o governo mantém, de fato, o direito de veto, impedindo-a legalmente de fazer alianças com empresas estrangeiras, por exemplo.

Para mudar essa situação, o governo tem duas alternativas: propor mudanças na lei das telecomunicações ou diretamente uma emenda da Constituição, tirando o setor do serviço público obrigatório.

É essa segunda opção que o governo adotou nesta quarta-feira. Mudando a Constituição poderia haver de fato uma privatização da Swisscom. O mesmo procedimento é necessário para criar um banco postal, mesmo se os correios já fornecem pequenos serviços bancários.

Essas duas questões são consideradas urgentes na Divisão Federal de Telecomunicações (DETEC) mas dificilmente o assunto estará encerrado antes de um ano e meio a dois anos. O governo ainda não elaborou o projeto a ser encaminhado ao Parlamento e, sobretudo, havendo mudança da Constituição, o povo deverá votar se aprova ou não.

Se aprovada a mudança constitucional, o governo poderá vender sua participação na Swisscom e engordar o caixa. No final do ano passado, o capital acionário da empresa era 41,6 bilhões de francos suíços. O grande filão é a telefonia móvel que cresceu 36 p/cento no ano passado.

Líder do mercado, Swisscom tem 22 mil funcionários e faturou 11,2 bilhões de francos em 1999.

Claudinê Gonçalves