Moratória para os países sinistrados
A Suíça é favorável à idéia de uma moratória da dívida externa dos países atingidos pelo maremoto.
A questão será abordada quinta-feira na conferência de Djakarta e, semana que vem, pelo Clube de Paris.
«A Suíça está pronta a discutir essa iniciativa, no âmbito do Clube de Paris. Essa moratória deveria abranger todos os países atingidos pelo maremoto”, afirmou o porta-voz da Secretaria Federal de Economia (Seco), Antje Baertschi.
O Clube de Paris, formado pelos principais países credores, inclusive a Suíça, deve se reunir dia 12 de janeiro. Nessa ocasião, a Grã-Bretanha e a Itália pretendem propor a anulação da dívida de certos países atingidos pelo sismo de 26 de dezembro. A Indonésia e o Sri Lanka poderão ser os primeiros beneficiados.
“Propomos uma moratória imediata sobre o reembolso da dívida externa dos países atingidos”, precisou o ministro britânico das Finanças, Gordon Brown, em entrevista à BBC.
“Depois poderíamos analisar as necessidades desses países quanto às dívidas e anular uma parte”, acrescentou Brown. Os reembolsos corresponderiam inicialmente a 3 bilhões de dólares (3,44 bilhões de francos suíços) por ano, segundo o ministro britânico.
Várias propostas
Essa proposta já tem o apoio da Itália, que afirma querer “responder positivamente ao apelo”.
“Estamos refletindo como anular ou converter a dívida de países como Indonésia e Sri Lanka que anteriormente já se beneficiaram de nossos créditos de ajuda”, afirmou o chanceler italiano Gianfranco Fini.
Por sua vez, a Alemanha propõe incluir a Somália como beneficiária das mesmas medidas. Esse país do leste africano também foi atingido pelo maremoto de 26 de dezembro.
O Canadá já declarou uma moratória unilateral da dívida dos países mais atingidos, num total de 1 bilhão de dólares.
Conferências
O qualquer maneira, o tema já está na pauta do encontro previsto quinta-feira em Djakarta, capital indonésia.
Organizada pela Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), essa conferência vai abordar a ajuda internacional, com a participação dos países sinistrados, de organizações internacionais e dos principais paíes potencialmente doadores.
A Suíça não participará. “Não fomos convidados”, afirmou Thomas Jenatsch, porta-voz da Direção de Desenvolvimento e Cooperação (DDC).
Mesmo assim, a Suíça poderá enviar observadores, opção que ainda não foi decidida.
No entanto, a Suíça participará oficialmente das duas reuniões convocadas pela ONU, em Nova York e Genebra.
swissinfo com agências.
O Clube de Paris é um grupo informal de credores públicos cujo papel é encontrar soluções coordenadas e duráveis para as dificuldades de pagamento dos países endividados.
Tem 19 membros permanentes, entre eles a Suíça. Todos esses Estados têm créditos de um número considerável de outros países.
Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch
Mostrar mais: Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch
Veja aqui uma visão geral dos debates em curso com os nossos jornalistas. Junte-se a nós!
Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.