Negociar em grupo para ser mais forte
A Suíça faz parte do G 10 que regrupa oito outros países que têm posições similares a defender na agricultura. O ministro da economia explica a posição que vai denfender em Hong Kong.
Reafirmando suas posições, terça-feira (13/12), Joseph Deiss e seus colegas lançam sinais de abertura aos países menos avançados. (PMA).
Entre suas reinvindações, o G 10 pretende obter um « pacote sobre o desenvolvimento » em Hong Kong, ou seja, um tratamento especial e diferenciado em benefícios dos países mais pobre (acordo sobre o algodão, etc).
Au titre de ses revendications, le G10 souhaite obtenir notamment un «paquet sur le développement» tangible à Hong Kong (traitement spécial et différencié au profit des pays en développement, accord sur le coton notamment, etc).
Swissinfo : O que reúne fundamentalmente o G-10 e o que ele defende?
Joseph Deiss: É o grande volume de importação de produtos agrícolas. Juntos, totalizados 13% das importações mundiais.
Em segundo lugar, temos necessidade de manter a agricultura nacional, por uma série de razões. Falamos aqui de agricultura multifuncional.
Não podemos, como alguns gostariam, abordar a questão unicamente do ponto de vista alimentar. Incluimos também o meio ambiente, a paisagem, a sociedade, a ocupação do território ou simplesmente um patrimônio a preservar.
Certos produtos de nossa agricultura e de nossa indústria alimentar fazem parte do nosso patrimônio e não podemos abandoná-los. Um bom Gruyère, um Emmental, não simplesmente queijos!
swissinfo: Há divergências entre os países do G 10?
JD.: Há diferenças na orientação de nossas agriculturas. O Japão, por exemplo, está muito interessado na questão do arroz. A Suíça na criação e nos laticínios.
A segunda diferença é que não temos o mesmo sistema tarifário. Na Suíça estamos mais bem mais avançados nos subsídios internos que os noruegueses e japoneses.
Nós não subvencionamos mais os agricultores em função dos quilos de trigo ou de leite. Pagamos um montante fixo por superfície.
Mas os elementos que nos únem são mais numerosos e permitem fazer uma política comum e isso nos dá mais poder nas discussões.
swissinfo: Quais os meios à disposição do G 10 para intervir e pesar na negociação.
JD.: Os meios para ser ouvido. A OMC funciona na base do consenso. É o princípio democrático levado ao extremo que prevalece porque é preciso unânimidade para que uma solução seja aceita. Cada um dos membros pode, portanto, bloquear tudo.
É claro que para cada um dos membros individualmente, em um grupo de 148, é difícil ser aquele que bloqueia.
Daí a formação de grupos de países com interesses similares, o que é uma maneira de facilitar a negociação. Nem sempre é possível ter reunir os 148 membros, então negociamos por grupos de 20.
Com os japoneses, eu represento nove países do G 10. Três ou quatro países representam o G 20 (países emergentes), os dois comissários a União Européia. Assim, levamos posições consilidadas por grupo de países, a partir das quais pode-se negociar.
swissinfo: As posições do G 10 e da UE são geralmente muito próximas. Não seria mais eficaz criar um grupo comum?
J.D.: Nós trabalhamos juntos na medida em que trocamos informações quase que diariamente. Tentamos ver como podemos ter uma ação coordenada porque, realmente, muitos interesses são próximos.
Mas, por várias razões, não formamos um grupo uniforme. Até porque já é complicado para a UE consolidar uma posição comum de 25 países.
Aqui em Hong Kong, vemos que os dois comissários têm por trás os 25 ministros da agricultura, 25 do comércio etc. que se reúnem para confirmar ou mudar as posições.
Os países ACP (África-Caribe-Pacífico), a União Européia e o G 10 já somam 128 países a tentarem adotar uma mesma linha.
Entrevista swissinfo: Pierre-François Besson em Hong Kong
A 6a Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) vai de 13 a 18 de dezembro em Hong Kong.
Órgão supremo de decisão da OMC, ela deve permitir a conclusão do ciclo de negociações iniciado ed Doha, Catar, ed 2001.
Os representantes de 149 países membros participam do encontro em que as ambições foram reduzidas devido a lentidão das negociações. O ministro da Economia, Joseph Deiss, chefia a delegação suíça.
– Presidido pela Suíça, o G 10 regrupa nove países: Coréia do Sul, Ilha Maurício, Islanda, Israel, Japão, Liechtenstein, Noruega e Taïwan.
– Esses países decidir reunir suas forças na defesa da agricultura (unicamente) quando da última Conferência Ministerial de Cancún (México), em 2003. A Bulgária deixou o grupo quando formulou sua adesão à União Européia.
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