SairGroup numa encruzilhada
A demissão, na terça-feira, do patrão do SairGroup - que engloba Swissair, Crossair e participação no capital de várias empresas aéreas, inclusive Tap-Air Portugal - significa para o grupo suíço uma reorientação de estratégia. A primeira preocupação da nova direção, depois de derrubar o patrão, Philippe Bruggisser, é retocar a imagem da Swissair e provavelmente desligar-se de empresas que perdem dinheiro, excluindo-se Sabena.
Uma das primeiras iniciativas de SairGroup pode ser desligar-se de empresas aéreas com as quais concluiu aliança. Em todo o caso a direção do grupo não esconde intenção de se debruçar sobre o dossiê de cada membro da aliança Qualifyer que criou.
Entre os membros dessa aliança a TAP-Air Portugal e Portugalia. SairGroup tem participações respectivas nessas empresas de 34 e 42%. E não se exclui a médio prazo desmantelamento total da aliança Qualifyer.
Observadores estimam porém inviável um futuro econômico para uma empresa pequena como Swissair. Não excluem que ela se veja condenada a aderir a uma megaaliança, seja na Europa, seja nos Estados Unidos.
E lembram que a rentabilidade é indispensável a SairGroup. É uma exigência para qualquer empresa cotada na Bolsa.
Na imprensa suíça, há certa condescendência com Philippe Bruggisser, o patrão derrubado, que procurou alianças para reforçar o grupo e compensações para um mercado interno restrito num país que tem adicional desvantagem de estar fora da União Européia.
Destaca-se, por ex., que Bruggisser enfrentou condições difíceis, em particular em decorrência da revalorização do dólar a aumento do combustível.
Jornal como o Neue Zürcher Zeitung, de Zurique, estima ser a hora de concentrar esforços na Swissair e de melhorar a qualidade da empresa.
O jornal Le Temps de Genebra fala de “revolução de palácio” na queda de Philippe Bruggisser. Mas indaga sobre os compromissos de SairGroup no exterior, de eventual “desengajamento” na França (onde é dono de Air Liberté e tem participações de 49% no capital de AOM e Air Littoral).
Indaga também sobre as participações de SairGroup em empresas italianas, alemã, polonesa, sul-africana… Que vai virar a aliança Qualifyer?. E conclui que a direção do grupo deve provar ainda muita coisa.
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