
Suíços querem ampliar negócios com o Brasil

"O Brasil é um dos parceiros preferenciais para a nova fase da economia Suíça", segundo o Embaixador suíço, Rudolf Bärfuss.
Ele destaca que o Conselho de Ministros decidiu neste ano dar mais ênfase as relações bilaterais com alguns paises fora do território europeu. Entre estes países destacam-se o Brasil, a China, a Rússia, a Índia e a África do Sul.
No caso brasileiro, Bärfuss, indica que o país é a grande porta de entrada para os negócios com o Mercosul apoiando a política de desenvolvimento e aproximação da economia suíça com os blocos econômicos.
“Para a Suíça o Brasil é a liderança na América Latina onde iremos apoiar nossas bases para o comercio bilateral com os paises do Mercosul” afirma Rudolf Bärfuss.
Foi o 4° maior investidor
Dois fatores colaboram para o fortalecimento dos negócios entre os dois paises. Uma boa relação, tanto entre os governos, como entre as empresas suíças e brasileiras e a existência de uma colônia suíça no Brasil que possibilita uma identificação sócio-cultural, entre a população dos dois países.
Bärfuss lembra que há vinte anos a Suíça era o 4º maior investidor em solo brasileiro. Depois de um período de estagnação entre as relações econômicas o governo suíço decidiu dar um novo impulso aos negócios tendo uma ótima receptividade do governo brasileiro com o objetivo de alavancar mais negócios.
Dentro desta política de ampliação dos laços entre os dois países, o embaixador indica que as autoridades suíças estão promovendo uma pesquisa junto aos empresários para levantar os pontos mais importantes e facilitar as negociações entre as empresas e os governos de ambos os lados. A ação demonstra a atenção do governo suíço em ouvir os principais atores envolvidos nas relações comerciais para estabelecer novos caminhos, mais ágeis, para a distribuição de produtos e serviços nos dois países.
Pesquisa com empresas
“Política externa é defesa de interesses. Não queremos fazer apenas filosofia e teoria. Finalmente esta política tem de servir as empresas suíças e brasileiras, por isto, nós queremos saber quais as dificuldades reais que as empresas estão enfrentando. Desta forma, os empresários vão contribuir com questões concretas construindo um caminho mais rápido entre nossas ações no papel e a realidade” acredita o embaixador.
Sobre a questão do desequilíbrio da balança comercial em favor dos suíços, Rudolf Bärfuss lembra que partes dos produtos que são exportados para o seu país entram em território europeu pelo porto de Roterdã, na Holanda, e de lá são encaminhados para seus destinos na Suíça. Neste processo, os dados de exportação acabam ficando um pouco “maquiados” dando a impressão de que o volume de negócios com o Brasil é menor.
Entrada para a União Européia
Embora aceitando que há uma variação a favor dos suíços, o diplomata destaca que os dois governos estão promovendo um esforço para reduzir as diferenças e equilibrar a balança comercial propiciando bons negócios para os parceiros.
Ele afirma que o Itamarati está demonstrando muito empenho na tentativa de utilizar suas ferramentas políticas e administrativas, para facilitar o comércio bilateral. “De um lado o Itamarati tem vários instrumentos para impulsionar as exportações e de outro a Suíça tem de fazer um esforço para a importação de produtos brasileiros”, analisa.
Embora ainda seja cedo para definir um grupo de produtos brasileiros de interesse especifico, Bärfuss afirma que praticamente todos os produtos nacionais são interessantes para os suíços.
Além disto, o embaixador acena com uma proposta interessante para os empresários brasileiros em que propõe que as empresas nacionais utilizem a Suíça como base para seus escritórios na Europa.
Rudolf justifica que além de seu país ocupar uma posição estratégica no continente europeu, dispõe de infra-estrutura de ótima performance para a realização de negócios.
Outro fator que o diplomata indica é a capacidade agregadora da sociedade suíça. Formada por várias etnias e línguas diferentes, segundo ele, foram os valores como Paz, Democracia, Igualdade e Neutralidade que possibilitaram uma base sólida para a união das pessoas em uma nação forte. O respeito a estes valores aproxima ainda mais os empresários suíços dos brasileiros facilitando negociações justas e equilibradas.
Para concluir o embaixador lembra que o mercado suíço, embora pequeno se comparado ao brasileiro, é extremamente rigoroso e exigente. Sendo uma ótima opção de testes para adequação de produtos e serviços para o mercado Europeu. Facilitando assim, as pesquisas sobre a aceitação de produtos e serviços brasileiros.
swissinfo, Alvaro Bufarah, São Paulo
– O principal parceiro comercial da Suíça é a União Européia.
– A Suíça foi durante anos um dos principais investidores estrangeiros no Brasil.
– Não participou das privatizações de empresas estatais e perdeu esapaço principalmente para Espanha e Portugal.
– O Brasil é o principal parceiro comercial da Suíça na América Latina.
– Com o objetivo de diversificar suas relações econômicas, grandes países emergentes como Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul tornaram-se prioritários para a Suíça.

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