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Um verde-amarelo discreto

Decoração e ambiente agradáveis. swissinfo.ch

A Churrascaria Rincão, em Zurique, com sua decoração tropical sem exageros, tem comida internacional no almoço, churrasco à noite e bebidas brasileiras, incluindo o vinho.

Não discrimina ninguém desde que saiba comportar-se.

De resto a identificação brasileira do restaurante destaca-se apenas nos guardanapos também verde-amarelo das mesas preparadas para a refeição. Nada de bananeiras, de papagaios, nem fotos do Pão de Açúcar, do Corcovado ou de dengosas mulatas.

“Tropical elegante”

Mas a decoração do restaurante não deixa de ser de estilo tropical e farto. Talvez alguém a considere excessiva. Sônia Schwieter, gerente e dona do restaurante, responsável pela decoração o descreve como “estilo tropical mais elegante”.

“As plantas são artificiais porque dentro do restaurante, no meio do calor, é impossível ter uma planta natural”. Vale reconhecer que mesmo sendo artificiais as plantas e as flores, criam uma atmosfera bastante calorosa. Ao que Sônia observa: “São plantas especiais, originárias da China. Vistas de longe, parecem naturais”.

Bom, quem vai a um restaurante, preocupa-se mais com a comida. Se vai durante o dia, o cliente tem alguns menus disponíveis, com toques europeus ou brasileiros. Com a opção à la carte, a cozinha é, além de brasileira, de inspiração italiana, francesa, ou oriental.

Vinho brasileiro

Ou seja, para todos os gostos. Mas quem vai especialmente ao Rincão é mais para comer o churrasco e se impregnar um pouco da atmosfera brasileira.

Tanto que além da comida é o próprio cliente que pede bebidas típicas. Se a caipirinha é bem conhecida e começa a se generalizar, a cerveja é ainda certa novidade, mesmo sendo difícil competir na Europa com tantas tipos dessa bebida. E a “grappa” brasileira (“cachaça mais elaborada”) é total novidade.

O maior desafio da Churrascaria foi, no entanto, incluir no cardápio 3 tipos de vinho do Brasil, das castas cabernet, merlot, e syrah. “Foram os clientes que me incentivaram a fazer isso”, lembra Sônia. E arremata: “Assim, entram em local brasileiro, comendo e bebendo produtos brasileiros e saindo tomando café brasileiro”.

só mulher comportada

Normal, então, que o restaurante seja também um ponto de encontro de brasileiros. Inclusive de prostitutas, bastante numerosas em Zurique. “Elas são sempre bem-vindas desde o momento que saibam se comportar”, diz Sônia.

E a mineira de Sete Lagoas – “onde não há praia, mas há cachoeiras”, como costuma dizer – lembra que no começo muitos suíços pensaram que podiam vir ao restaurante para pegar mulher. Diz ter lutado contra isso, reagindo logo: “Não, aqui isso não vai funcionar…”.

Quando se abre um restaurante brasileiro, diz ainda, as pessoas falam: “Ah! Brasil! Vamos lá. É bagunça, mulher, samba, show e o diabo a quatro. No início tive muitos problemas. Escutava piadas… e cortei. Se não tivesse cortado, o restaurante não estaria funcionando até hoje”.

swissinfo, J.Gabriel Barbosa

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