Adesão a UE sim, mas não imediata
A Suíça, ilha cercada por 4 países da União Européia, deve votar em março proposta de abertura de negociações imediatas sobre a adesão a esse bloco dos 15. Sondagem revela quase igualdade entre prós e contra, mas o NÃO deve prevalecer...
Dia 4 de março, os eleitores suíços se pronunciam sobre iniciativa popular (instrumento da democracia direta) intitulada “Sim à Europa”. Essa proposta socialista quer início oficial de negociações pelas autoridades suíças com Bruxelas para determinar data da adesão do país à União Européia.
Sondagem publicada na segunda-feira, 8/1, pelos jornais Le Temps, de Genebra, e Tages Anzeiger, de Zurique, revela que há 45 por cento a favor da adesão imediata, e 46 por cento por contra. Os restantes estão indecisos.
(A sondagem, incluindo mais de mil pessoas, foi realizada pelo Instituto MIS Trend. A margem de erro é de 3 por cento). Especialistas acreditam porém que possa haver 42 p.c. de sim, e 48 por cento de não.
Entre os motivos da rejeição, citam o maior abstencionismo entre os jovens, mais abertos à Europa, entre a Suíça de expressão francesa – com maioria nítida em favor da UE – e a Suíça de expressão alemã e italiana, na maioria contra. (E ambas representam cerca de 80 por cento da população).
A votação sobre a adesão, em março, desagrada ao governo suíço. Não que seja contra, mas porque negociou durante 4 anos vários tratados com a União Européia, justamente no sentido de remediar a exclusão da Suíça que está política, cultural e economicamete ligada a Europa Ocidental.
Vale lembrar que dois terços de suas trocas comerciais são realizadas com esse bloco. E os acordos foram aprovados pelo povo em maio e um deles – sobre livre circulação de pessoas – deve ainda ser ratificado pelos 15 países da UE.
Resta que a maioria do povo suíço (59 p.c.) estima inevitável a entrada do país na União Européia. E acha que as negociações de adesão não devam começar antes de 2004.
swissinfo com agências.
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