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Bilhões de ajuda para os palestinos

Micheline Calmy-Rey com o presidente Sarkozy (esq.) e Bernard Kouchner, chefe da diplomacia francesa. Keystone

A Conferência de Doadores de apoio à Autoridade Palestina terminou na segunda-feira em Paris com a promessa de doação de 7,4 bilhões de dólares em três anos para os palestinos.

A Suíça, representada pela ministra das Relações Exteriores e atual presidente da Confederação Helvética, se engajou de participar do esforço conjunto com uma contribuição de 72 milhões de dólares (83 milhões de francos).

Na abertura da Conferência de Doadores de apoio à Autoridade Palestina, na segunda-feira (17 de dezembro) em Paris, o presidente palestino Mahmoud Abbas apelou à comunidade internacional a transferir rapidamente 5,6 bilhões de dólares para evitar uma “catástrofe total” nos territórios ocupados.

Durante a conferência, cerca de 70 países doadores ultrapassaram as expectativas palestinas ao prometer 7,4 bilhões de dólares em ajuda.

“O verdadeiro vencedor é o Estado palestino”, declarou o chefe da diplomacia francesa Bernard Kouchner ao anunciar a soma prometida sob os aplausos dos 90 delegados presentes, dentre os quais a Suíça.

Um voto de confiança

“Vemos essa conferência como um importante voto de confiança da parte da comunidade internacional”, afirmou por sua parte o primeiro-ministro palestino Salam Fayad.

A União Européia anunciou o desbloqueio de 639,4 milhões de dólares para 2008. A França, Alemanha e a Suécia se engajaram de prontidão a contribuir com 300 milhões de dólares cada um. Os Estados Unidos fornecem 550 milhões de dólares.

A Suíça também participará desse esforço conjunto em favor dos palestinos com 72 milhões de dólares (83 milhões de francos) em três anos, anunciou Micheline Calmy-Rey, presente em Paris.

A comissária européia de Relações Exteriores, Benita Ferrero-Waldner, se manifestou feliz com a participação do governo helvético. Porém ela também acrescentou um desejo. “Espero que o país se mostre um pouco mais generoso no futuro”.

Ajuda suíça cresce em 40%

No entanto Calmy-Rey ressaltou que, com a contribuição prometida, a Suíça aumenta em 40% seu apoio aos palestinos. Até então, a ajuda era de 20 milhões de francos por ano. O dinheiro será aplicado não apenas na reforma do Estado palestino, mas também em assistência humanitária.

O engajamento da Suíça faz parte da participação no chamado processo de Annapolis, a conferência organizada em novembro nos Estados Unidos, onde israelenses e palestinos abriram as discussões em vista à criação de um estado palestino até o final de 2008.

“Micheline Calmy-Rey está muito satisfeita com os resultados da conferência”, explica Lars Knuchel, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores. Ao discutir com o presidente palestino Mahmoud Abbas, a ministra abordou o prosseguimento do processo de paz e insistiu sobre a necessidade de “proteger os civis”.

Revogar o bloqueio israelense

Mario Carera, chefe do escritório da Cooperação Suíço nos territórios palestinos, igualmente presente em Paris, insistiu na necessidade de revogar o bloqueio israelenses nos territórios palestinos para que a situação da população local possa melhorar.

“Apenas a Cisjordânia tem mais de 550 barragens militares”, revelou Carera à Rádio Suíça. A Faixa de Gaza, onde vivem 1,5 milhões de habitantes, está totalmente bloqueada desde junho.

“Os palestinos se tornaram dependentes de ajuda externa devido à ocupação israelense”, diz Carera.

O resultado da conferência em Paris visava também reforçar a posição da Autoridade Palestina frente ao movimento islâmico do Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde junho, após ter vencido o Fatah de Mahmoud Abbas.

Ontem Abbas excluiu qualquer forma de diálogo com o Hamas. “É necessário que esse golpe de Estado termine”. Todavia, com mais da metade do orçamento destinado à Faixa de Gaza, “iremos continuar assumindo nossos deveres”, acrescentou.

Do seu lado, Hamas imediatamente denunciou a conferência como uma “perigosa conspiração”.

swissinfo com agências

Com essa extraordinária ajuda de mais de dez anos, a Autoridade Palestina quer financiar um plano trienal que possa permiti-la pagar seus 160 mil funcionários e melhorar a infra-estrutura.

A soma prometida, de 3,4 bilhões de dólares, deve ser aplicada no orçamento de 2008 do governo palestino.

Em Paris, o presidente francês Nicolas Sarkozy falou de uma chance “histórica” após a abertura das primeiras negociações de paz entre palestinos e israelenses nos últimos sete anos.

O processo iniciado durante a Conferência de Annapolis prevê a criação de um Estado palestino até o fim de 2008.

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