Briga de foice na FIFA
Reunião do Comitê Executivo da FIFA revelou mais uma vez fortes tensões entre o secretário geral, Zen-Ruffinen, e o presidente da entidade, Sepp Blatter, candidato à reeleição. Na agenda, acusações de corrupção.
Na sexta-feira, 3/5, durante 10 horas, a portas fechadas, na sede da FIFA, em Zurique, o Comitê continuou a lavar a roupa suja, na seqüência das falências do grupo de marketing da FIFA, ISL/ISMM, e do grupo alemão Kirch, detentor dos direitos da Copa do Mundo de 2002 e 2006.
Na seqüência também de graves acusações do secretário geral, Michel Zen Ruffinen, contra o “sistema Blatter”, relacionadas em particular com “várias irregularidades financeiras” nos 4 anos de mandato.
Eleição como pano de fundo
Sepp Blatter disputa reeleição, prevista dia 29 em Seúl, capital sul-coreana. Tem como rival, Issa Hayatou, presidente da Confederação Africana de Futebol (CAF), que se apresenta como o “candidato da transparência”.
Blatter estava com a reeleição praticamente garantida. Com os escândalos dos últimos meses, atingindo a FIFA, de que é o principal responsável, o vento pode virar. O secretário geral, Zen Ruffinen tem contribuído para isso, talvez depois de verificar que o vento está de fato virando.
Nesse sentido atua intensamente o inimigo declarado de Blatter, o sueco Lennart Johansson, presidente da UEFA – que se estima lesado na última eleição para o cargo de patrão da FIFA, 4 anos atrás, com a suposta compra de votos em benefício de Sepp Blatter (Johansson foi derrotado).
Blatter não se abala
Da reunião do Comitê Executivo, dia 3/5, não transpirou grande coisa. Mas Blatter garante que não vai pedir demissão da presidência da entidade: “Fui eleito, fico”.
Quanto a Zen-Ruffinen, ele pediu na sexta-feira, investigação sobre corrupção.
Enquanto isso, a investigação interna de uma comissão que devia esclarecer a saúde financeira da FIFA continua suspensa, por decisão de Blatter, desde dia 12 de abril.
A retomada dos trabalhos deve ocorrer só depois da Copa do Mundo. E os resultados não devem ser publicados antes do fim do ano.
Até lá muita coisa pode acontecer.
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