Câmara rejeita semana de 36 horas
Proposta da maior central sindical suíça visando reduzir a semana de trabalho de 42 a 36 horas foi rejeitada pela Câmara. Justificativas econômicas prevaleceram sobre argumentos de saúde. E os suíços vão continuar sendo "os coreanos da Europa"...
A iniciativa (instrumento da democracia direta suíça) foi apresentada pela União dos Sindicatos Suíços – USS – a maior central sindical do país, lembrando que as pessoas trabalham em média duas horas a mais que os outros europeus.
USS argumentou aumentar os sinais de estresse e casos de doença relacionados com a cadência de trabalho imposta pelos patrões suíços. Lembra que em indústrias alemãs como a Wolkswagen vigora a semana de 4 dias. E que as 35 horas semanais vigentes na França permitiram criar 250 mil empregos.
A Câmara não se abalou. A direita e centro levaram a melhor, argumentando que a passagem de 42 a 36 horas na Suíça “penalizaria as pequenas e médias empresas”. O deputado radical (direita) Gerold Bührer alegou alta de custos, deslocações maciças e aumento do trabalho por debaixo dos panos. Na votação 93 deputados votaram contra e 50 a favor.
É a terceira vez em 25 anos que se questiona o tempo de trabalho na Suíça. Em 1988, em referendo nacional o povo suíço rejeitou a semana de 40 horas, receiando principalmente perder o emprego.
Conclusão da USS é de que os suíços vão continuar sendo “os coreanos da Europa”, com horas de trabalho superior aos outros países da região.
swissinfo com agências
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