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Decepção geral na Cúpula da Terra

Ongs julgam que solução para a pobreza não foi abordada em Joanesburgo. Keystone

Com exceção das declarações de alguns políticos, os resultados da Conferência Rio + 10 não agradam a ninguém. As Ongs são as mais descontentes, inclusive as suíças.

O chefe da diplomacia suíça, Joseph Deiss, reconhece que um compromisso satisfatório para todos é muito difícil.

Em sinal de protesto, as principais organizações não governamentais (ONGS) abonaram a Conferência de Joanesburgo antes do encerramento.

“Depois de 9 dias de negociações, a Cúpula conseguiu apenas dois novos compromissos na proteção do meio ambiente e na luta contra a pobreza.” A conclusão é de Ricardo Navarro, presidente da “Amigos da Terra”.

Os dois compromissos a que ele se refere são instrumentos para a proteção dos oceanos, até 2012, e a redução pela metade, até 2015 do número de pessoas que não têm acesso à rede de esgotos.

Poucas ilusões

Do lado suíço, o ministro das Relações Exteriores, Joseph Deiss, reconhece a dificuldade de encontrar um consenso amplo.

“O problema desse tipo de reunião é que é preciso unanimidade. O apoio da maioria não basta”, afirma o chefe da diplomacia suíça.

As ongs são menos diplomáticas. Claude Martin, diretor do WWF suíço (Fundo Mundial pela Natureza), diz que a Cúpula fracassou em sua missão de “determinar as causas fundamentais” da pobreza e falta de desenvolvimento sustentável.

“Não tínhamos muitas ilusões mas nossas ambições mais modestas não foram satisfeitas”, afirmou. O WWF lamenta sobretudo a ausência de uma agenda com objetivos concretos.

O secretário federal do Meio Ambiente, Philippe Roch, diz que estava decepcionado antes do início da Conferência mas acha que, “apesar de tudo, o exercício foi útil, tal o desinteresse dos governos pelo desenvolvimento sustentável.”

Algo positivo

Contudo, a delegação se diz satisfeita do papel desempenhado em Joanesburgo. Claude Martin, do WWF suíço, disse que “apesar da atitude vergonhosa de certos governos, houve pontos positivos como novas parcerias entre governos e iniciativa privada.

Citou o exemplo da aliança informal entre governos, iniciativa privada e ongs dos países alpinos para promover o desenvolvimento sustentável.

Outro ponto importante foi a decisão da Rússia de ratificar o protocolo de Kyoto, o que permitirá a entrada em vigor do acordo sobre os gases que provocam efeito estufa, mesmo sem a ratificação dos Estados Unidos.

swissinfo/Ramsey Zarifeh, Joanesburgo.

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