“Desminagem” debatida em Genebra
Mais de 100 especialistas de vários países debateram esta semana em Genebra meios de desativar minas terrestres e melhorar ajuda às vítimas dessa chamada "arma do pobre".
Questões relacionadas com desativação de minas e ajuda às vítimas dessas armas que matam ou mutilam foram debatidas esta semana em Genebra por mais de cem especialistas de vários países. A conferência visava, de fato, acelerar operações de “desminagem” no mundo e aperfeiçoar ajuda a pessos atingidas por minas terrestres. Seria assim mantida a dinâmica do chamado “tratado de Ottawa” (Canadá) que entrou em vigor em primeiro de janeiro.
Em maio, numa conferência sobre o assunto realizada em Maputo, capital moçambicana, foram criados 5 comissões de especialistas incumbidos de preparar novo encontro entre os países signatários do tratado de Ottawa, a ser realizado em setembro de 2000. As diferentes comissões ocupam-se de desativação de minas, ajuda às vítimas, tecnologia, destruição de estoques e funcionamento da Convenção sobre o assunto. A Suíça divide a presidência da comissão encarregada de assistência às vítimas e já desenvolveu projeto com ajuda da OMS (Organização Mundial de Saúde), PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha).
A assinalar que a conferência realizada em Maputo legitimou a existência do Centro Internacional de “Desminagem” Humanitária, com sede em Genebra, amplamente financiado pela Suíça. Ele foi criado em 1998 pelo Ministério suíço da Defesa. É lá que se reúnem agora mais de 100 especialistas. “O centro tornou-se ponto de convergência em matéria de luta contra minas… acolhendo periodicamente especialistas que trabalham no terreno. Oferece também um banco de dados…”
O Tratado de Ottawa esbarra em dois obstáculos: financiamento dos programas e ausência de 3 grandes potências: Rússia, China e Estados Unidos que não assinaram a convenção.
Note-se que as minas terrestres, chamadas de “armas do pobre” podem ser adquiridas por até menos de 5 dólares, mas a desativação de uma mina custa pelo menos 100 vezes mais.
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