Franceses da Suíça evocam sismo político
Após a Áustria e a Itália, é a vez da França pender para direita. Essa tendência preocupa os franceses residentes na Suíça e os grandes partidos do País.
O terremoto político que atingiu a França domingo à noite, no primeiro turno das eleições presidenciais, não poupa os franceses da Suíça.
A eliminação de Lionel Jospin do segundo turno (o primeiro-ministro já anunciou, aliás, que vai se retirar da vida política brevemente) pelo líder da extrema direita, Jean-Marie Le Pen, levanta de fato muitas questões.
Claudine Schmid, domiciliada em Zurique, delegada do Conselho Superior dos Franceses, depois de contabilizar o voto de seus compatriotas, indicou que Jacques Chirac realizaria votação três vezes superior a Jean-Marie Le Pen. Lionel Jospin chegaria também muito na frente do líder da Frente Nacional.
Evidentemente se trata de uma grande surpresa, de um total transtorno, constata Claudine Schmid. Já sabemos que Chirac será eleito no segundo turno. Mas depois haverá as legislativas, com listas de direita, de esquerda e de extrema direita.
Isso quer dizer que, em junho, Jacques Chirac não terá forçosamente uma maioria para governar!
Distanciar-se da Frente Nacional
Para a delegada do Conselho Superior dos Franceses do exterior, a presença de Jean-Marie Le Pen no segundo turno das eleições presidenciais deriva de uma tendência geral na Europa. Áustria e Itália já registraram forte ascensão da extrema direita.
Impressão semelhante tem Michel Arnaud, partidário do RPR (Rassemblement pela República, partido de Chirac) na Suíça. A França posiciona-se à direita, o que é bom, comenta. Mas a extrema direita não é o ideal. Será preciso distanciar-se nitidamente da Frente Nacional.
Pierre Oliviero, comerciante em Genebra, é igualmente delegado ao Conselho Superior dos Franceses no exterior. Admirador do General de Gaulle, ele fez campanha por François Bayrou, centro, que antes da conclusão da contagem de votos na Suíça se saía melhor que Le Pen.
“É um sismo político. O sucesso do candidato da Frente Nacional é grave para a democracia, constata Pierre Oliviero, que é membro da LICRA (Liga contra o Racismo e o Anti-semitismo). Há o risco de comparar a França com a Áustria”.
Sem tardar, o delegado entra em campanha para eleger Jacques Chirac no segundo turno das eleições presidenciais, dia 5 de maio.
swissinfo / Ian Hamel com agências
Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch
Mostrar mais: Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch
Veja aqui uma visão geral dos debates em curso com os nossos jornalistas. Junte-se a nós!
Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.