Governo revê agenda de adesão à União Européia
Em três dias, o governo recuou 4 anos na questão européia. Depois do voto maciço do final de semana (76,7%) contra a abertura imediata de negociações de adesão à UE, o ministro das Relações Exteriores, Joseph Deiss, declarou quarta-feira no Senado que essa questão "dificilmente" voltará à atualidade "antes de 2007".
Governo revê agenda de adesão à União Européia
Na edição de segunda-feira, com o resultado da votação do final de semana, o jornal “Le Temps”, de Genebra, saiu com a manchete “Adeus Europa”. O governo federal tentava relativizar o resultado da votação e o chefe da diplomacia, Joseph Deiss, reitera em entrevistas que o “objetivo estratégico” do governo continuava sendo a adesão à União Européia.
Quarta-feira, 07 de março, três dias depois da votação, o ministro Deiss desdisse seu próprio relatório de política exterior 2000, que fixava a reabertura de negociações de adesão à UE durante a legislatura 2003-2007.
Falando no Senado reunido excepcionalmente em Lugano, sul do país, Deiss declarou que “parece difícil” reabrir esse dossiê “antes de de 2007”. Em três dias, o governo recuou 4 anos.
Uma das práticas políticas particulares da Suíça é justamente o governo rever suas posições depois de votações polêmicas como a do último final de semana.
Um pedido suíço de adesão à UE está congelado em Bruxelas desde 1992. É a reativação desse pedido, prevista para o perído 2003-2007 que Deiss agora acha “difícil de cumprir”.
Antes disso, a Suíça pretende testar a aplicação dos 7 acordos bilaterais assinados em 1999 com a União Européia e fazer reformas internas, explicou Joseph Deiss aos senadores.
O presidente da comissão política exterior do Senado, Bruno Frick, concordou que o governo não deve fixar um calendário preciso “para não causar pressões inúteis”. A maioria dos senadores prefere medir as conseqüências de uma eventual adesão antes de fixá-la como objetivo, ou seja, também recua.
Enquanto isso, outras questões mais urgentes como os problemas de imigração, de refugiados, segredo bancário e controle do contrabando começarão a ser discutidas bilateralmente com a União Européia.
swissinfo com agências
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