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Leuenberger eleito presidente

Leuenberger e Calmy-Rey, se abraçam depois de eleitos presidente e vice-presidente da Confederação Helvética. Keystone

Moritz Leuenberger, ministro do Meio-Ambiente, Transportes, Energia e Comunicação e membro do Partido Social-Democrata, foi eleito pela segunda vez presidente da Confederação Helvética.

O posto é representativo e importante para a imagem da Suíça no exterior. Leuenberg recebeu 159 dos 225 votos. Oposição veio da parte da UDC, partido da direita.

Moritz Leuenberger que, como é comum na Suíça, responde por diversas pastas do governo federal, é originário de Zurique. A imprensa o considera o mais urbano e intelectual dos políticos do governo federal. Em 2006 ele irá substituir o ministro Samuel Schmid no cargo mais elevado da Suíça.

As diferenças entre os dois são enormes. Enquanto Leuenberger é um orador premiado e afiliado ao Partido Social-Democrata, Schmid é da União Democrática do Centro, um partido de direita, e de temperamento mais reservado. O ponto em comum é que os dois são juristas de formação e independentes no exercício do poder, uma qualidade que costuma causar conflitos nos dois partidos. Para os dois políticos, valores comuns na Suíça guiam suas decisões: concordância, compromisso, consenso e colegialidade.

Calmy-Rey, vice-presidente

A vice-presidente da Confederação Helvética será a ministra das Relações Exteriores, Michelina Calmy-Rey. Os deputados e senadores votaram – 167 dos 218 votos – a favor da política, que é também afiliada ao Partido Social-Democrata.

Eleita em 2002 para fazer parte do governo federal, Calmy-Rey tem chances de ser, em 2007, a segunda mulher a presidir a Suíça na sua história. A primeira e, até hoje, a única mulher a exercer esse cargo foi Ruth Dreifuss, em 1999.

Consenso como forma de governo na Suíça

Leuenberger, 59 anos, terá oportunidade de discursar, um talento confirmado até pelos seus opositores políticos. Seguramente ele continuará a entrar em colisão com seu colega de governo, Christoph Blocher, ministro da Justiça. Recentemente os dois mostraram suas diferenças na questão do reforço do transporte ferroviário em detrimento do rodoviário. Pela sua posição, Leuenberger recebeu o título de doutor honorário em direito europeu da Universidade de Udine.

Enquanto Blocher gosta de polemizar no governo e fala abertamente sobre suas posições, Moritz Leuenberger defende um dos princípios fundamentais da forma de governar na Suíça: a colegialidade, ou seja, a posição única e de consenso dos sete membros do governo federal, pelo menos publicamente.

Defender o serviço público

O ministro do Meio-Ambiente, Transportes, Energia e Comunicação tem duas marcas registradas no seu mandato: a proteção ambiental e a defesa do serviço público, nesse caso visto por ele com “um serviço voltado para o público”. Muitas das suas decisões são tomadas levando-se em conta as conseqüências e os problemas causados para a ecologia e para a segurança das próximas gerações.

A paixão pela política veio para Leuenberger, que é filho de um teólogo, como estudante na Universidade de Zurique nos anos agitados das revoltas de 68. Com apenas 26 anos ele assumiu o cargo de presidente do Partido Social-Democrata no cantão e foi eleito para o parlamento municipal. Em 1979 ele foi eleito deputado federal.

Em 27 de setembro de 1995, Moritz Leuenberger foi eleito ministro federal, assumindo a vaga deixada por Otto Stich. No governo, ele recebeu a pasta que era exercida pelo ministro Adolf Ogi.

Prêmio Cícero

No seu primeiro ano como presidente da Confederação Helvética, Leuenberger fez pelo menos cinqüenta discursos para a população. Como seus textos são mais perenes do que a média, ele os reuniu e publicou em dois volumes. Em 2003, o político ganhou o prêmio Cícero para o melhor discurso político dos países de língua germânica. Tema: “A bondade, a maldade e a política”.

Leuenberger é uma pessoa que defende sua vida privada dos olhares curiosos da mídia e também evita as massas. Seus maiores prazeres são a ópera, arte, teatro e gastronomia (ele é vegetariano). Ele é casado com a arquiteta Gret Loewensberg e tem dois filhos já crescidos.

swissinfo com agências

A maior parte dos ministros federais exerce duas vezes o cargo de presidente da Confederação Helvética.

As exceções são raras.

Entre 1865 e 1893, os ministros Emil Welti e Karl Schenk foram por seis vezes presidente da Confederação Helvética.

O ministro Giuseppe Motta exerceu o cargo por cinco vezes: 1915, 1920, 1927, 1932 e 1937.

No século XX, dois ministros exerceram por três vezes o cargo: Max Petitpierre (entre 1950 e 1960) e Kurt Furgler (entre 1977 e 1985).

O presidente da Confederação Helvética exerce seu mandato apenas por um ano.
O Congresso Nacional (unindo a Câmara dos Deputados e Senado helvéticos) escolhe anualmente o presidente dentre os sete ministros do governo federal.
Moritz Leuenberger irá exercer o cargo pela segunda vez. A primeira foi em 2001.

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