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Ministra encerra conferência de embaixadores

Micheline Calmy-Rey ao abrir a conferência em Berna. Keystone

A Suíça não deve concentrar seus esforços diplomáticos apenas na Europa, mas sim reforçar contatos com países como os EUA e China.

Essa foi a principal mensagem da ministra das Relações Exteriores da Suíça, Micheline Calmy-Rey na conferência anual de embaixadores, que encerrou ontem em Berna.

Como país neutro, não membro da União Européia (EU), a Suíça precisa de “mercados e amigos”, afirma a ministra das Relações Exteriores da Suíça, Micheline Calmy-Rey, na abertura do encontro anual de embaixadores, que ocorreu de 22 a 24 de agosto em Berna.

– Precisamos fazer mais atenção ao resto do mundo, sobretudo a parceiros importantes como os Estados Unidos, a China e países que perseguem os mesmos objetivos e que nos são próximos pela amizade – afirma.

Multilateralismo e neutralidade

Calmy-Rey apresentou aos diplomatas as bases das relações exteriores da Suíça, elaboradas e aprovadas na última reunião do governo federal sobre o tema. Multilateralismo, neutralidade e universalidade são as palavras de ordem da política externa helvética, como declarou a ministra.

A expansão dos contatos bilaterais fora do eixo da União Européia não tem por fim irritar os parceiros europeus, mas sim explorar todas as possibilidades da diplomacia. Isso significa que a Suíça não aposta apenas em acordos de livre-comércio com os Estados Unidos, por exemplo.

Escândalo dos vistos

Um dos pontos debatidos pelos 150 diplomatas e representantes da Direção do Desenvolvimento e Cooperação (DDC) foi o problema da corrupção. Em março funcionários públicos haviam sido acusados de vender vistos suíços a estrangeiros nas embaixadas helvéticas.

Atualmente a justiça helvética está investigando servidores do Ministério das Relações Exteriores que atuam em seis países: Oman, Peru, Rússia, Congo, Nigéria e Sérvia.

Durante a conferência, Micheline Calmy-Rey ressaltou que a cessão de vistos deve ser condicionada a política restritiva da Suíça.

Funcionários locais podem ser coagidos. O ministério estuda agora a possibilidade de substituí-los por pessoal suíço. “Não porque eles seriam menos capazes, mas sim a pressão em cima deles é muito maior do que em cima de um funcionário suíço enviado ao exterior”, explica a ministra.

Sistema de alerta

Calmy-Rey anunciou também a criação de um sistema de alerta precoce que irá funcionar nas embaixadas e representações diplomáticas da Suíça no exterior.

– Nosso objetivo é identificar à tempo problemas eventuais e erros para consertar e, sobretudo, dar aos embaixadores meios adequados de controle e gestão.

Além disso, a ministra também quer mais eficiências no serviço diplomático. Muitos relatórios são preparados com cidade e terminam chegando em Berna e arquivados sem terem sido lidos.

– Não podemos mais nos permitir esse desperdício de recursos – afirma Calmy-Rey.

swissinfo com agências

A conferência anual de embaixadores suíços ocorreu de 22 e 24 de agosto em Berna, capital da Suíça.
Cerca de 150 diplomatas, cônsules e funcionários graduados da Direção do Desenvolvimento e Cooperação (DDC, na sigla em francês) participaram do encontro.
O lema de 2005 foi “A ação da Suíça”.

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