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Neutralidade não garante segurança no Iraque

A segurança das embaixadas estrangeiras foi reforçada nos últimos dias. Keystone

No Iraque o seqüestro de estrangeiros aumenta a insegurança e não poupa nem cidadãos de países neutros como a Suíça.

Apesar da situação caótica, governo suíço mantém a representação diplomática em Bagdá. Enquanto isso, as empresas aguardam a paz.

“No momento qualquer estrangeiro está ameaçado no Iraque, incluindo também os suíços”, explica Martin Aeschbacher, chefe da representação diplomática da Suíça em Bagdá.

O número de seqüestros tem se multiplicado. Eles não atingem apenas os cidadãos dos países que participam da coalizão de aliados. Atualmente, cerca de 20 estrangeiros estão desaparecidos no Iraque.

Escritório em Bagdá continua

Martin Aeschbacher lembra que algumas regiões do país são mais perigosas do que outras. Dentre elas se destaca a estrada entre Amman e Bagdá.

Por outro lado, na capital do país a situação tem estado estranhamente calma, muito calma”, reflete o diplomata suíço. “Talvez logo depois venha a tempestade”.

Contrariamente à França, que recomendou expressamente aos seus cidadãos a abandonar o Iraque, a Suíça pretende ainda continuar na região.

Apesar da piora da situação, o Ministério das Relações Exteriores decidiu manter sua representação diplomática em Bagdá. Seu representante no país estima que é possível trabalhar sem muitas dificuldades.

“Eu posso mesmo me deslocar nas ruas, mesmo que isso só seja possível com proteção e com menos freqüência”, completa Aeschbacher. “A segurança está garantida no momento”.

Ligação difícil

Atualmente entre 40 e 50 suíços encontram-se no Iraque, segundo o diplomata. Porém é impossível de obter um número preciso por parte do governo ou das empresas que atuam no país.

“É muito difícil manter contato com outros suíços na área”, ressalta Markus Payere, assessor de imprensa da Syngenta.

Número um mundial no setor de agroquímica, a Syngenta é uma das três empresas suíças com sede permanente no Iraque. As outras são a ABB e Bühler, grupo especializado na produção de equipamentos e produtos para a indústria alimentícia.

A ABB mantém o contato com a sucursal iraquiana através de países vizinhos. “No momento nós não temos representantes no local, mas sim intermediários”, explica o porta-voz da empresa Thomas Schmidt.

Ativa nos Estados Unidos, a ABB espera ocupar um espaço importante na reconstrução do país graças aos seus parceiros americanos.

Abandono das atividades

Igualmente presente no Iraque, Biral, uma empresa de tamanho médio suíça especializada na construção de bombas hidráulicas, também se inquieta com o futuro no país árabe.

“Nós não conseguimos nem entrar em contato com os nossos colaboradores”, constata Thomas Friedli, responsável pelo setor do Oriente Médio na Biral.

“Durante o embargo nós continuamos a exportar bombas hidráulicas para os hospitais, porém hoje em dia nós não conseguimos nem fornecer peças de reposição. Nossas atividades estão paralisadas no país”.

swissinfo, Alexandra Richard
traduzido por Alexander Thoele

– Em 1982, as exportações suíças para o Iraque foram de 680 milhões de francos suíços.

– Em 2003, as exportações não passaram de 39 milhões de francos suíços.

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