Protesto contra o machismo
Logo depois da eleição dos novos ministros Christoph Blocher e Hans-Rudolf Merz, mais de 2.500 pessoas protestaram espontaneamente em Genebra, Zurique e Berna.
Os participantes, em grande parte mulheres e jovens, demonstram contra a guinada “à direita” do governo e o “machismo” latente na política suíça.
Nem todos suíços ficaram satisfeitos com a eleição na quarta-feira de Christoph Blocher e Hans-Rudolf Merz como novos ministros no governo federal suíço.
Logo depois da votação secreta no Parlamento e da confirmação dos nomes dos dois políticos conservadores, mais de 2.500 pessoas organizaram em grandes cidades como Berna, Zurique e Genebra protestos espontâneos.
Em Berna, a capital do país, as temperaturas baixas do inverno não impediram que uma pequena multidão se reunisse na frente ao Palácio Federal, a sede do Parlamento suíço. De frente para um batalhão de policiais, os participantes da demonstração exibiam cartazes com dizeres como “Menos Blocher e mais mulheres” ou “Ação Fúria das Mulheres: nunca mais 10 de dezembro”.
Mulheres e jovens estudantes eram a grande maioria no protesto. Eles criticam, sobretudo, a guinada “à direita” do governo e também a pouca participação feminina no poder.
Esta se mostra não só através na eleição do empresário e conservador Christoph Blocher, 63 anos, que ejetou a ministra da Justiça e Polícia Ruth Metzler do poder, mas também da escolha de Hans-Rudolf Merz, 61 anos, para o sétimo posto de ministro. Sua concorrente, Christine Beerli, senadora do Partido Radical Democrático (PRD), perdeu na segunda votação.
A partir de 2004, o governo federal será composto por sete ministros, sendo apenas um deles mulher: Micheline Calmy-Rey, a ministra das Relações Exteriores.
Em Zurique e Genebra
Em Zurique, estudantes universitários e membros do Sindicato da Construção e da Indústria (GBI), do Partido Socialista e Verde organizaram um protesto na “Paradeplatz”, a praça mais conhecida na cidade.
No comunicado distribuído à imprensa, o grupo criticou as “declarações racistas e a campanha contra os chamados falsos-inválidos e os falsos-solicitantes de asilo político de Blocher”. Merz foi qualificado de “duro representante da economia”, defensor de uma política de corte de despesas.
Em Genebra, a cidade das organizações internacionais e finanças, um grupo de 200 pessoas protestou na “Place Neuve”, de frente para a nova sede da União Democrática do Centro, o partido de direita de Blocher.
“A escolha de um líder nacionalista e contrário aos estrangeiros é inquietante e coloca em risco a paz social”, afirmou Laurent Tettamanti, presidente do Partido Comunista em Genebra, organizador do protesto juntamente com o “Grupo de ação coletiva”, um agrupamento de diferentes associações autônomas de esquerda.
swissinfo, Alexander Thoele
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