Schmid é o novo presidente
Parlamento federal suíço escolhe em votação o presidente da Confederação Helvética para 2005: Samuel Schmid, atual ministro da Defesa, Defesa Civil e Esportes.
O político, que pertence a um partido de centro-direita, promete reforçar o diálogo com a população viajando pelos cantões.
O jornal suíço “Le Temps” abre a reportagem falando do seu hobby preferido: pilotar aviões em simuladores de vôo no computador. Uma amiga, também política do cantão de Berna, chega mesmo a revelar detalhes mais íntimos: – “Ele conhece todos os tipos de aparelhos, todos os aeroportos e níveis de dificuldade”.
Eles descrevem um dos passatempos de Samuel Schmid, o futuro presidente da Confederação Helvética em 2005. Ele foi eleito quarta-feira, pelo voto secreto dos deputados e senadores reunidos no Parlamento federal.
Para entender a figura da autoridade máxima do poder executivo, é necessário dizer que o sistema político suíço é um dos mais singulares no mundo.
Um país sem chefe
O governo é composto por sete membros do Conselho Federal. Esses políticos são escolhidos em votação no Congresso para um mandato de quatro anos, que pode ser renovado várias vezes. Cada um deles administra um ministério e pode haver remanejameto quando um novo ministro é eleito.
O mais curioso é que não existe a figura do chefe de governo, pois as decisões são tomadas por consenso. Mas cada ano um deles é escolhido pelos parlamentares para o cargo honorífico de “presidente da Confederação”. Durante esse período ele é considerado “Primus inter pares”, ou seja, o primeiro entre os sete membros.
As principais funções do presidente são dirigir as reuniões ministeriais dos sete membros e representar a Suíça no exterior ou receber chefes de Estado.
Mudanças drásticas
Samuel Schmid formou-se em direito na Universidade de Berna e depois foi durante muitos anos tabelião. Na política ele estreou aos vinte e quatro anos ao ser eleito prefeito no município de Rüti.
Depois, o político da União Democrática do Centro, um partido de centro-direita, assumiu diversos cargos executivos e em associações econômicas, até ser eleito no início de 2001 para o Conselho Federal. Desde então ele é responsável pelos Ministério da Defesa, Defesa Civil e Esportes.
Nesse cargo, o político conseguiu promover reformas que terminaram por revolucionar um dos pilares da tradição suíça: o exército. “Ninguém teria feito melhor para vender à população a idéia de armar nossos soldados durante as ações de paz no exterior oua reforma do exército”, afirma Bárbara Haering, deputada federal suíça.
A reestruturação das forças armadas, chamada na Suíça de “Reforma XXI”, é um programa amplo de reformas, aprovado em plebiscito popular, que prevê, dentre outros, a redução das tropas de 360 mil soldados para 140 mil e 80 mil na reserva, compra de novos armamentos para o aparelhamento de unidades móveis e a redução na duração do serviço militar obrigatório.
A mudança é considerada por muitos suíços como uma revolução, pois o país dos Alpes abandona assim o paradigma da autodefesa a todo custo, para um modelo que se integra melhor nos sistemas de defesa europeus.
Desafios de 2005
Ao ser escolhido presidente da Confederação Helvética, Samuel Schmid afirmou aos jornalistas presentes que pretende abrir um diálogo direto com a população viajando pelos cantões suíços.
Na sua opinião, os principais desafios da Suíça em 2005 são o saneamento das finanças – assim como muitos países, também a Suíça atravessa sérios problemas devido ao crescimento da dívida pública, hoje avaliada em 120 bilhões de francos suíços – a volta do crescimento econômico e a integração da Suíça no espaço europeu através dos acordos bilaterais com a União Européia.
Estes últimos estão sendo combatidos por partidos de centro-direita, que ameaçam recolher assinaturas para obrigar colocar o tema em plebiscito popular.
swissinfo, Alexander Thoele
Samuel Schmid, 57 anos, é tabelião. De 1982 a 1993 ele foi deputado federal. De 1999 a 2000, senador federal.
Em 6 de dezembro de 2000, o político da União Democrática do Centro foi eleito membro do Conselho Federal, o órgão executivo do país.
Em 8 de dezembro de 2004, Samuel Schmid foi eleito presidente da Confederação Helvética.
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