Suíços já votaram
Os eleitores suíços já votaram nas legislativas federais deste final de semana. As urnas foram fechadas às 12 hs e as apurações começaram imediatamente.
A batalha pelo Parlamento ocorre de 4 em 4 anos mas não deverá provocar grandes surpresas.
Mesmo se as eleições legislativas federais tendem a transformar-se num evento nacional, pelo menos na mídia, o pleito continua sendo decidido nos cantões (estados).
É nos cantões que as cadeiras são conquistadas e é também onde são feitas e desfeitas as carreiras dos políticos que reinam no Palácio Federal, em Berna.
Como em cada eleição, a maioria das cadeiras parece conquistada e não deverá haver grandes supresas. No entanto, em certos cantões, a luta será mais dura.
Presidente do Partido Socialista pode não se eleger
A imprensa atualmente, dá uma atenção especial ao que ocorre em Genebra.
O Partido Liberal acha que tem chance de ganhar uma das duas cadeiras do Senado, ocupada atualmente pela presidente do Partido Socialista, com carreira no sindicalismo, Christiane Brunner.
A esquerda genebrina sempre foi muito forte e essa vaga parecia inatacável. Mas a esquerda rachou, uma ala achando que Christiane Bruner tornou-se moderada demais e a ala esquerda apresenta outros dois candidatos ao Senado.
Brunner já anunciou que, se não for eleita, deixa a presidência do PS, segundo maior partido suíço.
Na Suíça-alemã os socialistas atacam
Enquanto a reeleição de Christiane Brunner vacila em Genebra, os socialistas desafia os partidos ditos burgueses em Zurique e em Berna, com duas candidaturas fortes.
O ex-prefeito socialita de Zurique, maior cidade suíça, disputa uma vaga no Senado com Vreni Spoerry, do Partido Radical, muito influente no Parlamento nos anos 90.
Estermann é um social-democrata, muito popular e aberto ao diálogo, e pode amealhar votos da esquerda ao centro.
Em Berna, a situação é similar. Radicais e socialistas disputam uma cadeira no Senado, deixada por uma senadora que não é candidata à reeleição. Christiane Baerli é, no entanto, um dos nomes mais citados para substituir o ministro das Finanças, Kaspar Villiger, que deixa o governo no final do ano.
Novas vagas na Câmara
Se no Senado, cada cantão (estado) tem direito a duas vagas, na Câmara a representação é proporcional ao número de eleitores, que pode mudar de uma eleição a outra, de quatro em quatro anos.
É o caso de Fribourg, Vaud e Schwytz, três cantões que terão um deputado a mais na próxima legislatura.
Em Scwytz, o favorito para a vaga adicional é da UDC, o grande partido da direita nacionalista. No cantão de Vaud, que passará a ter 18 deputados federais, a nova vaga parece destinada à esquerda, provavelmente aos ecologistas, bastante fortes nessa região.
Em Fribourg, que passará a ter 7 deputados federais, o favorito é o candidato da UDC, nacionalista.
Suíça italiana
No Ticino, sul da Suíça e de língua italiana, muita gente acha que a Lega (direita bem marcada) vai perder uma de suas duas vagas na Câmara. O partido já recuou bastante nas últimas eleições regionais.
Um da figunras mais destacados da Lega, o deputado federal Flavio Maspoli, foi acusado recentemente de falsificar assinaturas para convocar um referendo.
Radicais, socialistas e democratas-cristãos, cada um com dois deputados federais, tentam conquistar a vaga da Lega que, para defender-se, aliou-se à UDC, outro partido de direita.
Mas a aliança é complicada porque o líder na UDC no Ticino também está envolvido em escândalos pendentes na Justiça.
swissinfo, Andrea Tognina
(Adaptação: Claudinê Gonçalves)
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