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Suíça pede mudanças no Conselho de Segurança

Joseph Deiss a plaidé pour un renforcement des Nations Unies. Keystone

Frente à Assembléia Geral das Nações Unidas, o atual presidente da Confederação Helvética, Joseph Deiss, defendeu a reforma do Conselho de Segurança.

A Suíça também apóia uma maior influência dos países em desenvolvimento na organização internacional.

“Nesses tempos difíceis, as Nações Unidas são a indispensável casa comum de toda a família humana”, reforça Kofi Annan, secretário-geral da ONU, durante o discurso de abertura da 59a Assembléia Geral realizado ontem em Nova Iorque.

Deplorando que “hoje em dia o Estado de Direito esteja em perigo”, Annan lembrou do Iraque, “onde civis são massacrados à sangue-frio, funcionários de organizações humanitárias, jornalistas e outros não-combatentes são seqüestrados e executados barbaramente”.

Para o secretário-geral da ONU não existe dúvida: – “é a lei, incluindo as resoluções do Conselho de Segurança, que oferecem a melhor base para resolver os conflitos prolongados, seja no Oriente Médio, no Iraque ou em outra parte do mundo”.

Joseph Deiss, ministro da Economia e atual presidente da Confederação Helvética (na Suíça existe uma rotação anual dos ministros para ocupar o cargo máximo do governo), apoiou a necessidade de reformas no seu discurso a posição oficial da ONU.

“A crise iraquiana mostrou que a comunidade internacional continua ligada a um sistema multilateral de manutenção da paz e da segurança internacional, porém a estrutura atual da ONU precisa ser readaptada às novas realidades”.

Para o chefe de governo da Suíça as reformas são prementes, sobretudo do Conselho de Segurança.

Espaço para os mais pobres

“A composição do Conselho de Segurança deve refletir melhor as mudanças ocorridas na economia e políticas mundiais e também dar mais espaço para os países em desenvolvimento”, afirmou Deiss.

O governo suíço se opõe, no entanto, à ampliação do número de países com direito de veto no Conselho de Segurança, mesmo de “esse direito, como é exercido atualmente, não pode ser considerado democrático”.

Para o ministro suíço da Economia, a legitimidade do Conselho de Segurança deve ser reforçada, incluindo também mais países em desenvolvimento no seu processo de decisões.

Maior engajamento dos países membros

No seu discurso, Joseph Deiss também lembrou que a reforma das instituições na ONU não é o único fator importante. “Além disso, é necessário um maior engajamento dos países membros em favor dos objetivos da organização”.

“Para manter sua credibilidade, a ONU e seus membros devem defender sua posição de garantidores impertubáveis do direito internacional. Quando ocorre uma violação deste, é necessária a condenação dos seus autores”.

O governo suíço defende ao mesmo tempo uma participação maior dos países no financiamento da ONU, para que ela possa cumprir seu papel. Nesse sentido, o combate da pobreza e intervenção nos conflitos religiosos são tarefas fundamentais para a organização internacional. “A rarefação dos recursos naturais dá origem para várias guerras de apropriação e repartição”, ressaltou Deiss.

Suíça apóia medida contra muro em Israel

O chefe do governo indicou que a Suíça aceita o mandato da Organização das Nações Unidas relativo ao muro construído por Israel na Cisjordânia. Ele determinou em 21 de julho o desmantelamento da barreira de separação construída para impedir ataques terroristas.

O texto encarregava também a Suíça, como país depositário das Convenções de Genebra, a observar a questão do respeito dos direitos humanos na região e comunicar as informações recolhidas à ONU.

swissinfo com agências

A Suíça aderiu há dois anos à ONU.
Joseph Deiss entregou as chaves da sala reformada na sede da ONU em Nova Iorque, o presente oficial da Suíça pela sua adesão.
A Suíça defendeu na Assembléia Geral a defesa dos direitos humanos e segurança.

– Joseph Deiss, atual presidente da Confederação Helvética, pleiteou reformas na Organização das Nações Unidas.

– O Conselho de Segurança deve ser reestruturado para refletir as mudanças políticas e econômicas ocorridas no mundo.

– O governo suíço não apóia a criação de novos assentos no Conselho de Segurança com direito a veto.

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