
Suíça pode aderir à ONU

Sondagem revela que 57% dos eleitores da Suíça votariam pela adesão do país às Nações Unidas. A Suíça e o Vaticano são os únicos países fora da entidade. Decisão será tomada em março.
Sondagem realizada entre mais de mil pessoas – 17 a 19 de dezembro – nas 4 regiões linguísticas da Suíça, mostra ter aumentado o número de pessoas em favor do ingresso da Suíça na Organização das Nações Unidas. 29% estão contra e 11% estão indecisos. (Ela foi efetuada pelo Instituto Trend, em Lausanne, a pedido da Radio e Televisão da Suíça de expressão francesa).
Evolução
Em meados de novembro, sondagem semelhante – solicitada pelo Ministério das Relações Exteriores – indicava que a 50% votariam “sim”, 33% “não” e 17% ainda não tinha opinião formada.
A atual enquete deve porém ser relativizada porque dois terços das pessoas interrogadas não sabiam que em março haverá nova votação popular sobre adesão da Suíça à ONU.
O primeiro plebiscito sobre a questão aconteceu em março de 1986. Por pequena maioria, os partidários do “não” venceram. Quinze anos depois, a situação apresenta-se mais favorável à adesão com o resultado da sondagem apontando para uma porcentagem de 55.2% que a aprovam. Mesmo com uma margem de erro de 3%, o “sim” sairia ganhando.
Prudência
Os resultados devem no entanto ser relativizados. Faltam quase 3 meses para a realização da votação. A campanha sobre a questão está apenas começando. Os suíços-alemães, majoritários, são menos entusiastas que os da parte francesa do país (54.6%) e a maioria dos cantões (estados) é ainda contra. E nesse voto é preciso que haja maioria de eleitores e de estados em favor do ingresso da Suíça na organização internacional para que a adesão se realize.
Mesmo assim, o governo está otimista. E sinal de que “desta vez vai” é p. ex., que a esquerda, que defende a necessidade de a Suíça pode apitar no concerto das nações, tem apoio dos fortes meios econômicos, também favoráveis.
Argumentos
O principal argumento invocado pelos partidários da adesão é justamente a necessidade de o país “fazer parte do concerto das nações”, já que todos os países aderiram. Menos numerosos são aqueles que estimam que, pelo fato de “a Suíça ser um dos últimos países for a da ONU”, chegou a hora de entrar nas Nações Unidas, até porque convém ser “solidários”.
Os adversários avançam o argumento da “perda de neutralidade” e de que “a posição atual da Suíça é satisfatória”. Alguns pensam também que “a ONU é inútil, de nada serve”.
A votação acontecerá dia 3 de março. Novas sondagens estão previstas em meados de janeiro e fim de fevereiro.
swissinfo com agências.

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