Suíços do estrangeiro defendem swissinfo
O Conselho de Suíços do Estrangeiro, reunido no final de semana em Berna, pronunciou-se rigorosamente contra uma reestruturação maciça de swissinfo.
Os acordos de Shengen/Dublin, a ajuda aos suíços do estrangeiro em caso de catástrofe e a questão da dupla nacionalidade também foram abordadas.
Chocado por artigos divulgados na imprensa suíça nos últimos dias que falam de reestruturação maciça de swissinfo, o Conselho dos Suíços do Estrangeiro (CSE) colocou nosso site entre as prioridades de suas discussões no final de semana, em Berna.
O “Parlamento” da chamada Quinta Suíça adotou por unanimidade uma resolução que exige da Sociedade Suíça de Rádio e Televisão (SSR-SRG Idée suisse), da qual depende swissinfo, que “cumpra esse mandato sem restrição”, agora como no futuro.
Reconhecimento de swissinfo
«swissinfo deve continuar sendo uma entidade viva dentro da SSR”, sublinhou Georg Stucky, presidente da Organização dos Suíços do Estrangeiro (OSE). O senador Filippo Lombardi também defendeu a oferta atual de swissinfo.
Rudolf Wyder, diretor da OSE, também falou em defesa de swissinfo: “sabemos que dentro da SSR há fortes pressões contra swissinfo e projetos de redução estão em andamento”.
Por unanimidade, o Conselho exprimiu claramente a vontade que “swissinfo, como empresa voltada para o estrangeiro, continue a existir dentro da SSR, em nove línguas como atualmente.
“No futuro, swissinfo/Rádio Suíça Internacional deve dispor de recursos suficientes tanto financeiros como de pessoal para continuar tendo produções de alto nível nas línguas nacionais e nas principais línguas faladas no mundo”, afirma a resolução aprovada.
Segundo o Conselho, uma produção concebida especificamente para o estrangeiro não poderá ser substituída pour uma oferta reduzida. Para a OSE, uma forte presença da SSR no estrangeiro é indispensável.
Sim a Schengen/Dublin
A CSE também manifestou seu apoio ao acordo sobre Schengen/Dublin, contido nos acordos bilaterais II que a Suíça concluiu com a União Européia (UE), prevendo uma cooperação maior em matéria de polícia e de asilo. Esse acordo será submetido ao voto popular dia 5 de junho.
Mas nesse ítem houve oposição como a de Hans Kaufmann, deputado da União Democrática do Centro (UDC), o maior e mais à direita dos partidos governamentais na Suíça. Ele é contra o acordo de Schengen porque acha que a Suíça perderá parte de sua soberania e terá sua segurança debilitada ao invés de reforçada.
Jacques-Simon Egly, deputado federal liberal (direita) respondem a Hans Kaufmann citando o exemplo alemão. Segundo Egly, depois que a Alemanha aderiu a Schengen, a prisão de criminosos internacionais foi multiplicada por quatro.
Finalmente, os que são a favor dos acordos venceram por 56 votos a 5. “O resultado não me surpreendeu”, afirmou Georg Stucky a swissinfo: “Sempre constatamos que os suíços do estrangeiro são muito favoráveis à abertura do país e vêem esse acordo como um progresso”.
A lição do tsunami
Outra questão debatida foi a da assistência aos cidadãos suíços no estrangeiro em caso de catástrofe, como foi o caso recente no sudeste asiático.
Heinrich Schellenberg, do Ministério das Relações Exteriores (DFAE), explicou o funcionamento do estado-maior de crise e anunciou a publicação para breve de um relatório com os ensinamentos dessa experiência. No futuro, a internet deverá ser usada de maneira mais eficaz.
Essa idéia foi apoiada por Rudolf Wyder: “acho que um fórum, administrado por swissinfo, poderia contribuir na busca de pessoas desaparecidas num caso desses”.
Ele sugere ainda a criação de consulados nas regiões de forte concentração turística de suíços como Phuket, na Tailândia e Creta, na Grécia.¨
A evidência da dupla nacionalidade
Finalmente, o Conselho também adotou uma resolução favorável à dupla nacionalidade, colocada em questão por uma ala da UDC.
A dupla nacionalidade é indissociável da emigração, afirma o texto. De fato, 71% dos suíços e suíças do estrangeiro têm dupla nacionalidade, precisa o CSE.
swissinfo, Christian Raaflaub
(Tradução, Claudinê Gonçalves)
o número de suíços do estrangeiro aumentou de 1,7% em 2004, totalizando 633.057 pessoas.
No final de 2004, havia 95.325 expatriados inscritos nos registros eleitorais na Suíça, ou seja, 6 mil a mais do que em 2003.
– O Conselho dos Suíços do Estrangeiro (CSE), fundado em 1916, é a mais alta instância da Organização dos Suíços do Estrangeiro (OSE).
– O “Parlamento da Quinta Suíça” reúne 150 delegados da Suíça e do mundo inteiro.
– A sessão do final de semana, em Berna, foi a última em sua composição atual. Há eleições atualmente para renová-lo para o período 2005-2009.
– Ele se reunirá pela primeira vez na nova fórmula em setembro próximo, durante o Congresso dos Suíços do Estrangeiro, em Interlaken.
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