swissinfo visita quarto mais caro do mundo (I)
Hotel President Wilson em Genebra tem o quarto de hotel mais caro do mundo. A suíte Imperial custa 33 mil dólares por dia.
Seus famosos hóspedes: a família real saudita, o ex-presidente americano Bill Clinton e os reis da Jordânia.
Os jornalistas da revista de negócios americana “Forbes” não podem reclamar do trabalho que tem.
Na série intitulada “O mundo dos bilionários”, eles publicaram o ranking do quarto de hotel mais caro no mundo.
De acordo com a reportagem, o “Atlantis Hotel”, nas Bahamas, perdeu seu lugar no topo para um hotel moderno, encravado numa cidade de montanhas no meio da Europa: o “Hotel President Wilson”, em Genebra.
“Estamos bem colocados nessa matéria pois o franco suíço está valorizado em relação ao dólar”, explica Veronique Lallemand, chefe de vendas de hotel.
Quartos com vista para o “Mont-Blanc”
O Hotel President Wilson tem o quarto de hotel mais caro do mundo. Sua suíte “Imperial” custa apenas 33.243 mil dólares por noite.
De fora, sua fachada não corresponde à imagem clássica dos hotéis de super-luxo na Suíça, pois não é um antigo palácio, mas sim um prédio moderno e espelhado, que lembra mais um centro empresarial.
Porém um detalhe dá o seu caráter exclusivo: o hotel está localizado numa das áreas mais valorizadas do mundo, ou seja, às bordas do lago de Genebra, com vistas para a conhecida montanha “Mont-Blanc” e próximo ao parque com o poético nome de “Mon-Repos”.
Seu vizinho do lado é nada mais, nada meno, o famoso “Palácio Wilson”, onde foi criada em 1920 a Liga das Nações (o predecessor da ONU). Hoje em dia o prédio é sede para o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
Entrar na suíte “Imperial”
Para entrar na suíte “Imperial”, é necessário passar por uma porta que lembra a entrada de um banco privado: os dois portões são de madeira blindada e na lateral, uma mini-câmera de vídeo. O piso é de mármore nobre e no centro domina a mesinha estilo Luís XV.
A suíte “Imperial” tem 1.200 metros quadrados. Todos seus vidros são blindados e dispositivos especiais de segurança impossibilitam a entrada de intrusos. “Os reis da Jordânia até colocam câmeras-extras no terraço quando eles ficam hospedados aqui”, explica a chefe de vendas Veronique Lallemand.
Seus decoradores deram a gigantesca suíte um ambiente moderno, mas decorado com requinte. Misturando um pouco de oriente e ocidente.
“Nosso clientes árabes não gostam do estilo tradicional dos hotéis suíços. Eles preferem algo mais moderno, porém condizente com a cultura deles”, revela a chefe de vendas do hotel.
A suite “Imperial” tem nove quartos. Três deles são para dormir. A sala de jantar é ocupada por uma mesa de madeira, com 26 cadeiras.
O banheiro na suite “Imperial” lembra o palácio Nazari do Alhambra, em Granada na Espanha.
Com afrescos mouros, estátuas gregas, ciprestes italianos, lírios nos vasos e muito mármore, o hóspede pode nadar na piscina jacuzzi, tendo vista panorâmica do Lago.
Nesse e nos outros banheiros, os vasos sanitários são equipados com telefones. “Talvez nosso hóspede possa querer chamar o serviço”, explica a chefe de vendas do hotel.
Outro detalhe cultural também não foi esquecido. “Os banheiros foram construídos para corresponder aos hábitos dos hospedes orientais. Eles têm aquele chuveirinho móvel, pois as pessoas desses países não usam papel higiênico”, conta Veronique, sem querer entrar nos detalhes do uso.
A cama onde dormem reis e astros
Seus quartos são majestosos, porém sóbrios. Suas camas já viveram o sono de pessoas como Bill Clinton, a família real saudita, Abdallah II e a rainha Rania da Jordânia, Micke Jackson, Bon Jovi e Alain Delon.
Alguns clientes gostam tanto que até ficam mais. “Na última visita à Genebra, a segunda mulher do rei saudita passou dois meses na suite Imperial”, conta Veronique. “A primeira mulher devia estar no palácio privado do rei”.
A família real saudita é um bom cliente do hotel President Wilson e também dos comerciantes de Genebra. Sua vinda tem o mesmo efeito para a economia que o presente de Deus para os judeus de Moisés: codornizes e o maná.
Durante os dois meses de estadia em Genebra, a imprensa suíça calcula que a família real saudita gastou mais de seis milhões de francos suíços pôr dia. (U$S 4,5 milhões).
“Sua presença no hotel lembra um pouco da corte do Luís XIV. A esposa do rei chegou, uma vez, a comprar 40 pares do mesmo modelo de sapato. Esses e outros presentes precisam ser guardados em depósitos especiais”, conta Veronique.
Devido às tradições islâmicas, a administração do hotel seleciona somente serviçais femininos para atender a rainha saudita e suas acompanhantes. Apenas mulheres podem entrar na suíte “Imperial”, quando ela está hospedada por lá.
Taxa de ocupação de 5 meses ao ano
Tanto luxo tem absolutamente o seu perco. A taxa de ocupação da suíte “Imperial” é de 4 a 5 meses por ano.
Afora os reis e estrelas, a grande parte dos hóspedes é de empresas. Elas aproveitam a ocasião de eventos importantes como o Salão do Automóvel de Genebra, para alugar um salão de festas de luxo, onde clientes especiais podem ser recebidos.
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swissino, Alexander Thoele em Genebra.
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