Greve das Mulheres toma conta da Suíça
As mulheres de toda a Suíça saíram às ruas na sexta-feira numa greve histórica que exige igualdade de tratamento e condições em relação aos homens.
Os protestos organizados pelos sindicatos vêm quase três décadas depois de uma greve de 1991, quando as mulheres exigiram que um artigo constitucional sobre a igualdade dos sexos fosse traduzido em legislação concreta.
Ainda hoje, dizem as mulheres, o tratamento desigual persiste - incluindo salários mais baixos (as mulheres ganham em média 20% menos do que os homens), condescendência profissional e diária e tetos de vidro sociais.
Sinos de igrejas tocaram às 11 horas para marcar o início oficial da greve em várias cidades; em Lausanne, mulheres se reuniram durante a noite para uma queima simbólica de objetos como sutiãs e gravatas; em Zurique, uma escultura gigante de um clítoris desfilou por toda a cidade.
Greve "à la Suíça"
Na capital Berna, o Parlamento interrompeu a sessão durante 15 minutos. Vários membros do governo também estiveram ativos, incluindo o ministro do Interior, Alain Berset, que lançou um vídeo mudo para destacar os problemas enfrentados pelas mulheres na Suíça.
(A igualdade entre homens e mulheres ainda não é uma realidade; desigualdades salariais; piores planos de pensões; menos mulheres em cargos de liderança; mais trabalho doméstico e de cuidado; violência doméstica e agressão; precisamos finalmente mudar isso; agora#14Juni2019)
A Ministra do Meio Ambiente, Simonetta Sommaruga, esteve numa escola secundária de Lausanne para falar com os alunos sobre igualdade. As jovens estavam muito mais preparadas para falar do que no seu tempo, observou Sommaruga.
Enquanto isso, uma petição de um "imposto modess", pedindo a redução do imposto sobre absorventes femininos e assinada por mais de 11.000 pessoas, foi entregue ao parlamento na sexta-feira (14).
Embora chamada de “greve”, muitas mulheres hesitaram em deixar seus locais de trabalho em um país onde a ação grevista é rara. Simbolicamente, os manifestantes pediram que as mulheres terminassem o trabalho às 15h24 da tarde de sexta-feira, um período que reflete a disparidade salarial de 20% com os homens.
Muitas mulheres - e homens que apoiam o movimento - estão usando roupas roxas, a cor simbólica do evento.

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