
Estudo suíço revela porquê mulheres e homens escolhem profissões diferentes

Moças e rapazes na Suíça têm expectativas de emprego semelhantes em termos de salário e jornada de trabalho. De acordo com um novo estudo, o fato de ainda haver profissões predominantemente femininas e masculinas se deve à natureza do trabalho.
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As descobertas de um novo estudo da Universidade de Berna, publicado na quinta-feira (14), contradizem suposições comuns sobre a importância das características do local de trabalho, como a familiaridade de um emprego ou o salário, na escolha de uma profissão.
Para o estudo, publicado na revista Socio-Economic Review, uma equipe de pesquisa da Universidade de Berna e da Universidade de St. Gallen questionou mais de 2.000 alunos do oitavo ano pouco antes de escolherem um aprendizado. Em um experimento, os alunos tiveram que escolher entre descrições de cargo fictícias que diferiam em oito características: cinco relacionadas às habilidades necessárias – como conhecimento técnico, criatividade ou interação social – e três a características clássicas de um emprego, como salário, opções de meio período ou relevância social.

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Os resultados mostram que praticamente não há diferenças entre os gêneros em termos de remuneração, jornada de trabalho ou significado do trabalho. Há, no entanto, diferenças claras nas habilidades exigidas. No experimento, as meninas evitaram profissões com forte foco técnico, enquanto os meninos as acharam atraentes. Tarefas criativas ou sociais, por outro lado, atraíram especialmente as meninas.
Desigualdades crescentes
Em um mundo de trabalho cada vez mais digitalizado, no qual as habilidades tecnológicas determinam o salário e a carreira, a menor preferência de mulheres jovens por profissões intensivas em tecnologia reforçará as desigualdades existentes, de acordo com a Universidade de Berna.
Os pesquisadores afirmam que os estereótipos precisam ser analisados para romper com os padrões de escolha de carreira específicos de gênero. Os resultados deixam claro que as atribuições típicas de gênero relacionadas à capacidade já são prevalentes na adolescência.
Adaptação: Fernando Hirschy

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