The Swiss voice in the world since 1935

Ex-piloto de F1 denuncia falta de segurança

Os dois desastres e Clay Regazzoni, em baixo swissinfo.ch

Reagindo a acidente que deixou esquiador suíço paraplégico, Clay Regazzoni, há 21 anos em cadeira de rodas, estima que medidas de segurança não acompanham os progressos técnicos da Fórmula 1 e no esqui.

Clay Regazzoni, 62 anos, foi estrela do automobilismo nos anos 70. Sua carreira termina bruscamente em 30 de março de 1980, no circuito de Long Beach (Califórnia). Com o velocímetro marcando 240 km/h, seu carro, sem freio, espatifa-se contra um muro… O piloto, atingido na coluna vertebral, deverá encerrar seus dias em cadeira de rodas.

Vinte um anos depois, dia 9 de dezembro, o esquiador suíço de 22 anos, Silvano Beltrametti, numa prova de descida em Val-d’Isère (sudeste da França), perde controle dos esquis a mais de 100 km/h e termina o percurso fora da pista, entre rochedos. Com a coluna gravemente atingida, fica paraplégico.

Denúncia

Ao ficar sabendo do drama, Regazzoni reagiu com mau humor: “Esses acidentes não devem ocorrer atualmente, mesmo em provas de velocidade como esqui e F1”. O ex-piloto exclui nesses casos a fatalidade, realçando que as responsabilidades são antes de mais nada humanas. E lembra que seu acidente aconteceu em condições diferentes: “Nada era igual. Nem a mediatização, nem os interesses econômicos em jogo, nem as medidas de segurança”.

Para evitar que tais acidentes se repitam, Regazzoni estima que as medidas de segurança deveriam acompanhar “os constantes progressos tecnológicos”. O que não vem acontecendo. Grandes desastres, como o de Ayrton Senna (1994), dão impulso a mudanças, mas quando ocorrem “ninguém é responsável”.

“Velocidade embriaga”

Indagado por swissinfo sobre se um esportista de primeiro plano pensa em acidente, o ex-piloto suíço estima que se alguém pensa nisso não pode realizar bom desempenho. E mesmo estando consciente do perigo, quando se é jovem, a gente de deixa inebriar-se pela velocidade”.

Quanto por uma “fatalidade” o infortúnio chega, Regazzoni (que fala de experiência prórpia) acha que o desafortunado deve dar tempo ao tempo: “Os primeiros anos são os mais difíceis. Depois aos poucos toma-se consciência do que se pode fazer. Mesmo em cadeiras de rodas”.

swissinfo

Mais lidos

Os mais discutidos

Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch

Mostrar mais: Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch

Veja aqui uma visão geral dos debates em curso com os nossos jornalistas. Junte-se a nós!

Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR