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Suíça é a única mulher na Fórmula 2

Natacha está convencida de que poder competir com os melhores pilotos masculinos na Fórmula 2. ZVG

A piloto Natacha Gachnang, prima do piloto de Fórmula 1 Sebastian Buemi, conta à swissinfo que seu objetivo é terminar pelo menos nas cinco primeiras posições do campeonato de Fórmula 2.

Aos vinte um anos, a suíça é a única mulher entre os 23 concorrentes no campeonato que começou na sexta-feira em Valência, Espanha.

Gachnang, nascida em Vevey, oeste da Suíça, foi convidada para participar do Campeonato 2009 de Fórmula 2 da FIA depois de chegar em terceiro lugar na Fórmula 3 e ganhar o campeonato espanhol de F3.

Em 2007, a jovem suíça correu no campeonato American Star Mazda, tendo chegado nos primeiros dez lugares em várias corridas. Ela também foi a quarta colocada no campeonato australiano de Fórmula 3 e já correu no campeonato europeu de F3.

swissinfo.ch: Quando você começou a se envolver em corridas de automóveis?

Natacha Gachnang: Eu comecei com o meu primo, o piloto Sebastian Buemi, aos cinco anos de idade. Meu pai comprou para mim no natal um kart e meu tio fez o mesmo para o Sebastian.

Nós costumávamos dar voltas na garagem para se divertir. Então começamos a nos dedicar mais seriamente e correr em uma pista na França. Eu participei do meu primeiro campeonato aos oito anos de idade.

Participamos no campeonato suíço de mini-kart e então entramos mais a fundo no esporte ao participar de campeonatos europeus na Suíça, França e Itália. Nessa época passávamos mais de cem dias nas pistas de corrida.

Aos quinze anos, decidimos passar para os carros de fórmula.

Qual o seu objetivo no campeonato 2009 de Fórmula 2?

Meu objetivo é chegar nas primeiras cinco posições. Porém existem muitos bons pilotos. São 24 no total, dos quais três são pilotos da equipe Red Bull e muito competentes. Tem outro do GP2 e ganhadores dos campeonatos espanhol e italiano de Fórmula 3.

Você tem esperanças de que a participação na Fórmula 2 poderá ser um passo para chegar na Fórmula 1?

Eu não sei se isso é possível. Não tenho a menor idéia de como esse campeonato irá se desenvolver.

Talvez eu fique por lá mesmo ou cresça, e essa participação venha a se tornar um passo para ir à Fórmula 1. Porém se continuar assim, provavelmente terei de ir ao GP2 antes de conseguir ir para a Fórmula 1.

Como é possível comparar a Fórmula 2 com a Fórmula 3? Quais são as maiores diferenças na forma de dirigir?

O novo carro de F2 é muitos segundos mais rápidos do que um carro de F3. É uma etapa superior: 400 cavalos (HP) comparados com apenas 250 HP na F3.

Assim você tem um impulso de mais 50 HP, que pode ser utilizado oito vezes durante a corrida e você também tem uma parada nos boxes, mas sem poder trocar os pneus.

Para mim será uma boa experiência. Não existem equipes no campeonato e, dessa forma, todos têm a mesma chance. Cada piloto terá o mesmo tipo de carro e o mesmo motor. Existe uma chance real de competir com os melhores pilotos.

Como se sente a única mulher a dirigir nesse campeonato?

Eu não penso nisso. Apenas penso em dar o melhor de mim – isso é tudo. Não penso que seja importante essa questão. Meu objetivo é mostrar que uma mulher pode disputar com os melhores pilotos.

Sempre corri desse jeito – é tudo o que eu sei. Existem apenas algumas meninas tentando abrir um espaço nesse esporte. Obviamente você precisa conquistar o respeito das pessoas, mas é necessário ser rápido para conquistá-lo e é isso que tenho em mente.

As pessoas comparam você com a piloto americana de Racing, Danica Patrick. O que você sente a esse respeito?

Não sou um símbolo sexual. Não quero mostrar isso. Seguramente sou uma mulher em um mundo dominado por homens, mas não quero posar de biquíni em cima do carro. Estou aqui porque trabalhei muito, não por ter exibido meu corpo.

Danica Patrick tem muito talento. Acho lamentável que as pessoas pensem que seu sucesso vem do seu rosto e não do talento.

Corridas de carro estão banidas da Suíça. Este fator dificultou a sua carreira como piloto?

Sem a ajuda da minha família, eu teria ficado em casa. Não existe ajuda para esse esporte na Suíça.

E tudo fica mais difícil pelo fato das corridas serem vistas como perigosas e pejudiciais ao meio-ambiente. Porém aqui se permite rali de montanha, que é dez vezes mais perigoso. Mas eu penso que as coisas estão mudando. Elas devem mudar.

Como você se sente quando vê seu primo ao volante de um carro de Fórmula 1?

Quase não posso acreditar. É uma loucura. Mas para a família e para ele trata-se de frutos de todo um trabalho feito desde o início, tantos dias na pista de corrida, uma grande quantidade de treinos físicos e sacrifícios. Ele está lá por causa de todo esse trabalho.

Mas você ainda tem de lutar para permanecer na Fórmula 1, com todos os pilotos que estão que estão correndo atrás dele. Você fica sentado em uma cadeira facilmente ejetável.

Meu primo é muito bom e muito profissional. Quando ele corre, ele não faz qualquer estupidez. Mas já ganhei dele algumas vezes (risos).

Simon Bradley, swissinfo.ch

Nascida em Vevey, Suíça, em 27 de outubro de 1987, Natacha começou sua carreira no carte. Ela é prima do piloto de Fórmula 1, Sébastien Buemi.

Depois de ter brilhado em várias categorias de competições(Fórmula BMW, Fórmula MAZDA etc.), Natacha terminouu o campeonato de Fórmula 3 em terceiro lugar na classificação geral e em primeiro na Copa da Espanha.

Graças aos seus bons resultados, a jovem esperança do automobilismo mundial foi convidada para correr no Campeonato 2009 de Fórmula 2. Ela irá pilotar um carro fabricado pela escuderia William, com um motor Audi de 400 CV.

Fórmula 2 foi uma categoria disputada entre 1969 e 1985. Considerada a categoria de acesso à Formula 1, foi substituída pela Formula 3000 em 1985 por estar se tornando muito cara, sendo esta última, por sua vez, substituída pela GP2, em 2003.

Em 2008 foi anunciado o regresso da Fórmula 2, com novo nome, Fórmula 2 FIA, em 2009, com organização a cargo da MotorVision Sport, chefiada pelo ex-piloto de Fórmula 1, Jonathan Palmer. O campeonato de 2009 da F2 terá oito etapas, todas em circuitos europeus, sendo seis delas concomitantes com etapas do Campeonato Mundial de Turismo da FIA[1].

O regresso da F2 não prevê a extinção de nenhuma das atuais categorias, embora alguns especialistas antevejam a possibilidade de eventuais conflitos de interesse com a atual categoria de acesso da Fórmula 1, a GP2. (Fonte: Wikipédia)

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