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Suíça Suter fabrica motos do circuito profissional

Thomas Lüthi e Eskil Suter no circuito de Valência durante teinos do Mundial de Moto2. SuterRacing

Domingo passado, no Grande Prêmio de Portugal de Motociclismo, em Estoril, o suíço Thomas Lüthi chegou em 4” lugar na categoria Moto 2, pilotando uma Suter-MMXI. O próximo GP será na França, em 15 de maio.

E o piloto suíço não é o único, pois a marca suíça Suter Racing Technology equipa 14 pilotos este ano e lidera o Mundial de Moto 2 (antiga 250 cc).

A marca helvética Suter Racing Technology lidera a classificação de construtores no campeonato mundial – prêmio que já ganhou em 2010, primeiro ano de existência da categoria Moto2 (antes era 250 cc). Tinha então dois pilotos entre os primeiros: Andrea Iannone e o próprio Lüthi, ambos com uma Suter MMX-y

Na temporada atual, oito dos 14 pilotos do Mundial correm com a Suter-MMXI devido à fama da firma que oferece experiência, pesquisa e qualidade. Mas é uma marca quase artesanal que produz motores de alto rendimento, chassis de desenho sofisticado e outros componentes para o motociclismo

A empresa foi fundada em 1996 por Eskil Suter, antigo piloto do Mundial, e um irmão. Ao parar de competir, ambos queriam continuar vinculados às corridas. Começaram então sua aventura empresariam fabricando peças para motos como cilindros, carburadores e motores.

Moto GP e Superbikes

“Decidimos criar a empresa a experiência que tínhamos e os inúmeros contatos que colecionamos em todo o mundo. Rapidamente começamos a abastecer escuderias de MotoGP (antiga 500 cc) e de Superbikes”, explica o diretor-geral da marca Eskil Suter à swissinfo.ch na sede da empresa, em Turbenthal, perto de Zurique.

Em uma paisagem idílica com vacas, pastos e um riacho, destaca-se a presença da moderna fábrica de Suter, este laboratório com maquinaria especializada para a cuidadosa produção de motos. O pessoal termina os protótipos e novos modelos para as competições mais seletas.

Márquez impressiona

Foi em 2010, com a estreia da categoria Moto2 no Mundial, que a empresa suíça começou a conquistar seus melhores resultados esportivos. “Em 2010, treze pilotos correram com nossas motos. Foi um recorde que uma marca equipasse tantos corredores. Ganhamos o título de construtores e, salvo o espanhol Julián Simón, ninguém esteve perto de ganhar o Mundial de pilotos”, comenta Suter.

Este ano temos pilotos muitos bons, com antigos campeões do mundo entre eles: Thomas Lüthi, Mika Kallio, Julián Simón, o jovem espanhol Marc Márquez, atual campeão de 125 cc com Honda, que subiu este ano para Moto2 e está com Suter. “Com 18 anos, ele é o mais jovem da categoria e tem pouca experiência. Mas é muito rápido e ainda pode melhorar muito: vejo-o como futuro campeão do mundo em nossas equipes”, destaca o principal responsável de Suter, que não se esquece de ter citado Simón.

“Vai ser difícil porque todos querem ganhar e vários têm muitas possibilidades. Pelo menos três ou quatro pilotos de Suter são candidatos ao título. Somos otimistas e cremos que este ano possamos ganhar o título de construtores e o de pilotos. Nas corridas, ganhar é sempre importante. Como construtores não podemos fazer nada, os mais rápidos vão se impor. As outras marcas também são bastante competitivas”, afirma  o antigo piloto suíço.

Suíça não tem circuitos

Na Suíça não existem circuitos permanentes. Esta falta de lugares específicos para testar as motos supõe uma certa desvantagem a Suter, porém a firma se beneficia da indústria de ponta suíça para criar suas máquinas de competição.

“Nunca quisemos sair da Suíça porque a indústria nacional está muito avançada, temos maquinaria de precisão de alta qualidade e pessoal qualificado, por isso continuar a trabalhar aqui. Também contamos com uma boa rede de contatos, algo muito importante. Tudo isso explica em grande parte nossa competitividade”, assinala Eskil.

  

Suter Racing tem a confiança de tantas equipes do Mundial pela atenção que presta a seus clientes. Cada escuderia trabalha de forma independente. Enviamos engenheiros aos circuitos para ajudar a ajustar as motos a cada piloto e a cada traçado.

“São analisadas as necessidades e problemas para ir na direção correta. Temos interesse em que nossas motos estejam nas melhores condições possíveis. Com os  ‘feedbacks’ de tantos pilotos que temos dispomos de muita informação, o que nos permite desenvolver a moto rapidamente”, diz Eskil Suter.

“Competir com Honda e Yamaha”

Na fábrica da Suter trabalham mais de 30 pessoas. São engenheiros, desenhistas, técnicos e mecânicos. Ao contrário do habitual, Suter optou por uma equipe grande para poder desenvolver uma moto própria. “Fazemos o conceito, o desenho, cálculos e simulação. Podemos competir com grandes marcas como Honda e Yamaha, em especial com os protótipos, graças à nossa flexibilidade; por isso podemos desenvolver um projeto de forma mais rápida”.

Já estão em fase de preparação novas motos para as categorias 125 cc e MotoGP. Isso permite economizar gastos e testar durante uma sessão de treino os projetos para as distintas categorias do Mundial.

Obviamente não se aposta na produção em massa, mas em desenvolvimento personalizado. Nossas motos se adaptam à crise, com um menor preço possível. Com isso, posso contar com uma equipe sem ter que gastar cinco ou dez milhões de euros, conclui o antigo piloto.

Interwetten Paddock: ThomasLüthi

Forward Racing: Jules Cluzel, Alex Baldolini

Mapfre Aspar: Javier Flores, JuliánSimón

Marc VDS Racing Team: Mika Kallio, Scott Redding

Team CatalunyaCaixa Repsol: MarcMárquez

Speed Master: Andrea Iannone

Italtrans Racing Team: Robertino Pietri, Claudio Corti

Technomag-CIP: Kenan Sofuoglu y Dominique Aegerter.

Steven Odendaal.

As máquinas de Moto2 têm motores Honda (de 600 cc) e o resto da moto é produzido por Suter.

SRT oferece a seus clientes um conjunto completo de eletrônica, chassis, suspensões, escapamento, carenagem, freios e demais peças. 

Suter Racing Technology começou em Moto2 com o  título mundial de construtores em 2010.

Seus pilotos conseguiram quatrovitórias e o espanhol Julián Simón terminou em segundo lugar na classificação geral.

A marca já esteve presente em Moto GP, a categoria maior do Campeonato Mundial, com Kawasaki e Ilmor, além de Superbikes.

Eskil Suter, antigo piloto e diretor-geral de Suter Racing, disputou 82 Grandes Prêmios nas cilindradas 250cc e500cc nos anos 1990. 

Ainda é o último piloto suíço a participar na categoria superior, a atual Moto GP.

Adaptação: Claudinê Gonçalves

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