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Deputados suíços criam acontecimento em Porto Alegre

"Os jornais do mundo inteiro mostram uma imagem da Suíça cercada, fechada e brutal...Gostaria de dizer, em nome da delegação suíça, que nós não aceitamos essa imagem e que nós condenamos essa brualidade e essa asneira".

Este conteúdo foi publicado em 27. janeiro 2001 - 22:10

A imagem que vem hoje da Suíça, é "como se o nosso país devia servir de abrigo protegido aos capitais e aos capitalistas neoliberais do monde inteiro, desprezando a democracia, a tolerância e a razão elementar", prosseguiu o deputado, antes de ser interrompido pelos aplausos de outras delegações parlamentares.

A declaração do deputado Pierre-Yves Maillard (PS-VD) foi o primeiro momento importante na abertura do Fórum Mundial de Parlamentares, sábado à tarde, no Fórum Social Mundial de Porto Alegre. Pouco antes da cerimônia de abertura, Maillard havia declarado à Swissinfo estar chocado com o que vinha ocorrendo em Davos.

Os deputados suíços haviam solicitado serem os primeiros a falar, depois dos discursos iniciais e da composição da mesa de trabalhos. Designado para falar em nome da delegação de 6 deputados federais e 2 estaduais (ecologistas, socialistas e democrata-cristãos), Maillard manuscreveu seu discurso em alguns minutos.

"Nós estamos aqui para dizer-lhes que na população suíça há centenas de milhares de consciências que se indignam com esse cretinismo". No nosso país também, afirmou Maillard, "a regressão neoliberal produz efeitos sem precedentes de pobreza no mundo do trabalho, com reestruturações, privatizações e desmantelamento dos serviços públicos".

Antes do início do Fórum Social Mundial, a delegação suíça passou 4 dias em São Paulo. Em poucos dias, "nós já aprendemos muito nessa viagem ao Brasil, sobre a resistência popular a essa mercantilização da humanidade inteira", afirmou o deputado diante do Fórum Parlamentar. "Vimos o trabalho de voluntários suíços em favelas, visitamos movimentos que constroem casas populares e defendem direitos da criança". Estivemos em acampamentos dos sem terra e vimos rostos inesquecíveis".

"Queremos dizer nossa solidariedade com todos aqueles que lutam para que esse mundo mude e esperamos modestamente contribuir com nossa participação nesse Fórum e por ações concretas em nosso país". Antes de concluir, sob longos aplausos, que "Davos mostrou sua cara e Porto Alegre também. Caberá ao mundo julgar. Davos perdeu, nós ganharemos".

No Fórum Parlamentar Mundial serão tomadas as primeiras decisões concretas para uma espécie de continuação de 1º Fórum Social Mundial. Há propostas como a criação de um movimento legislativo de regulação internacional democrática e a formação de uma rede permanente de parlamentares comprometidos com a a agenda do Fórum Social Mundial.

Porto Alegre, Claudinê Gonçalves

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