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Ex-oligarca acusa bancos suíços de ajudarem a Rússia a evitar sanções

Elena Servettaz and Sergei Pugachev
swissinfo.ch

Sergei Pugachev enfrenta acusações criminais na Rússia e tornou-se um dos críticos mais contundentes do Kremlin. Em entrevista exclusiva à swissinfo.ch, o ex-oligarca discute seu julgamento em Haia contra o Estado russo e explica como, segundo ele, o banco Société Générale Suíça teria forjado uma assinatura em sua conta. Além disso, comenta sobre como bancos suíços auxiliam cidadãos russos a contornar sanções impostas por diversos países.

Sergei Pugachev desempenhou o papel de conselheiro do ex-presidente russo Boris Yeltsin e diz ter auxiliado o atual presidente, Vladimir Putin, em sua ascensão ao poder. Atualmente, o cidadão russo, que também possui cidadania francesa, vive sob proteção policial em sua residência em Nice. Esta é a primeira vez que ele recebe jornalistas em seu lar. “Depois de várias tentativas de assassinato no Reino Unido e na França, tenho motivos reais para estar em alerta”, declara.

Em 2008, a revista Forbes avaliou o patrimônio de Pugachev em dois bilhões de dólares, colocando-o como o 50º cidadão russo mais rico. Desde 2014, ele enfrenta acusações criminais na Rússia por apropriação indébita e evasão de capital. Atualmente, Pugachev reivindica mais de 12 bilhões no Tribunal de Haia por “expropriação de ativos”.

Pugachev também está em litígio contra o Société Générale Suíça. Ele alega que o banco permitiu que um oficial russo transferisse 100 milhões de dólares de sua conta pessoal para a Rússia usando uma assinatura falsificada. Afirma que seus recursos “foram redirecionados para uma empresa e banco vinculados a Andrei Kostin (presidente do banco estatal russo VTB), e que os documentos foram autenticados por um agente dos serviços secretos russos” e não por ele.

“A Société Générale, assim como todos os bancos atuantes na Suíça, preza pela confidencialidade e sigilo profissional. Por isso, não comenta questões específicas”, declarou o banco em resposta.

Durante a entrevista, Pugachev também acusou bancos suíços de facilitarem a evasão de sanções por oligarcas russos. “Há gerentes especializados em atender clientes russos”, diz, e continua, “Eles ou processam o dinheiro de forma retroativa, fornecem evidências de que ativos valiosos foram comprados ou movimentam os fundos para Dubai. Os bancos conduzem essas operações, em parte, para manifestar sua dedicação aos clientes.”

A versão completa da entrevista está disponível no nosso canal no YouTubeLink externo (em inglês).

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