Campanha de vacinação será lucrativa
A campanha de vacinação lançada em Davos é justificada com argumentos econômicos. O programa sela a parceria entre os setores público e privado, sob a coordenação da OMS. Vacinar melhora a produtividade e aumenta o PIB. Bill Gates doa US 750 milhões.
No Forum Econômico Mundial de Davos, até quando o assunto é vacinar crianças a justificativa é o lucro. Com a restrição das verbas públicas, a Organização Mundial de Saúde (OMS) vem buscando parcerias do setor privado e a campanha de vacinação infantil lançada em Davos é um bom exemplo disso.
Chamado de GAVI (Aliança global para vacinas e imunização), o programa será financiado pelos setores privado e público, sob a coordenação da OMS. Bill Gates prometeu US 750 milhões em 5 anos e o presidente Clinton disse que vai se empenhar para que o Congresso aprove verba de US 50 milhões. O Banco Mundial e o laboratório Merk também participam e ainda se buscam novas parcerias.
Em Davos, a diretora geral da OMS, Gro Harlem Brundtland, disse que a saúde pública garante o desenvolvimento econômico e o aumento da produtividade. Afirmou também que “um ano a mais na espectativa de vida da população proporciona 1 p/cento de crescimento do PIB, 15 anos depois”.
O presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn, explicou que é muito mais barato vacinar uma criança (17 dólares) do que tratar mais tarde as doenças. O presidente do laboratório Merck, Raymond Gilmartin declarou que a preocupação da indústria farmacêutica é com os homens e que “se ela não se esquece disso, os lucros chegam automaticamente”.
A OMS calcula que certos países africanos perdem até 70 p/cento do PIB, devido a malária. O presidente de Moçambique, Joaquim Chissano, participava do debate em Davos e declarou que “vencer a malária seria uma garantia para os investidores estrangeiros”.
O programa GAVI pretende investir também em pesquisas e o Bill Gates, principal doador, declarou-se chocado “com o pouco que se investe em novas vacinas”.
Segundo a OMS, 3 milhões de crianças por ano morrem por falta de vacina.
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