Embraer desiste de sede européia em Genebra

Temendo conflitos sociais na França, a Embraer desistiu de mudar a sede européia de Paris para Genebra. No fim de semana, as autoridades competentes de Genebra receberam uma carta do presidente da Embraer, Mauricio Botelho, após três meses de negociação.

Em dezembro, o presidente da Embraer Mauricio Botelho (foto) havia revelado ao jornal suíço “Le Temps” sua intenção de transferir sua sede européia de Paris para Genebra. As razões explícitas eram a redução de custos mas Botelho dizia que Genebra “era o lugar ideal” para as vendas da Embraer na Europa.

A partir daí, a Embraer começou realmente a negociar com as autoridades genebrinas as condições para instalar a sede européia perto do aeroporto de Cointrin, em Genebra.

“Três meses de discussão e condições técnicas ideais não deram em nada devido o bloqueio do pessoal francês da Embraer”, afirmam os responsáveis do Departamento de promoção econômica de Genebra, depois de terem recebido a carta de Mauricio Botelho. Entre 150 a 200 empregos seriam criados em Genebra.

Em Paris, a Embraer tem 102 funcionários de vendas e assistência técnica. O pessal francês teria se recusado a trabalhar em Genebra. Pressões também teriam sido exercidas pelos parceiros franceses da Embraer. Um consórcio formado pela Aéroespatiale, Dassault, Snecma e Thomson detém cerca de 20 p/cento do capital da Embraer.

No ano passado, a companhia aérea suíça Crossair fechou um contrato para a compra de 200 aviões da Embraer, no valor de 7,6 bilhões de francos suíços (cerca de 4,5 bilhões de dólares).

Claudinê Gonçalves