Especula-se sobre fusão Roche-Novartis
Depois da fusão dos grupos britânicos Glaxo Wellcome com SmithKline Beecham, criando o n° 1 mundial no setor farmacêutico, observadores especulam cada vez mais sobre uma fusão entre o n° 6 Novartis e o n° 9, Roche, ambos sediados em Basiléia, na Suíça.
O setor farmacêutico é considerado ainda muito fragmentado. Mas as fusões e megafusões como a anunciada na segunda-feira entre Glaxo Wellcome e SmithKline têm se acelerado. Faz apenas 5 anos que a própria Glaxo coomprou Wellcome e agora anunciou intenção de adquirir SmithKline Beecham. A transação a ser oficializada dentro de alguns meses transforma o novo grupo em líder mundial no setor, com faturamento anual de 25 bilhões de dólares.
Haveria agora uma pressão contra dois outros gigantes da indústria químico-farmacêutica: Roche e Novartis. “Muitos elementos podem reativar os rumores de uma aproximação entre Roche e Novartis”, explica o suíço Jérôme Schupp, analista do Banco Syz & Co, realçando que esse dois grupos concentram suas atividades na área farmacêutico. (Novartis separa-se do setor “agribusiness” fundido com o grupo britânico-sueco AstraZeneca e Roche anuncia intenção de cotar Givaudan na bolsa. Givaudan é uma divisão de perfumes e aromas).
Por seu lado, Michael Sjöström, analista do Banco Pictet & Cie reforça o cenário, até porque no setor farmacêutico, todo o mundo dorme com todo o mundo. A tática deu alguns casamentos, sendo que Novartis e Roche permanecerão muito ativos nesse contexto.
O jornal “Le Temps”, Genebra, também considera plausível “uma integração dos 2 grupos de Basiléia, lembrando que a fusão entre Ciba e Sandoz para a criação de Novartis ocorreu há apenas 4 anos e que casamento entre empresas de um mesmo país e mesma cultura é mais fácil. E considera que numa possível negociação em vista de uma fusão, é Roche que leva vantagem. Os títulos do grupo subiram 10 por cento no ano passado. Novartis registrou tendência contrária: com perda de 17 por cento. Roche tem medicamentos de sucesso (contra obesidade e contra gripe), superou sem problema salgada multa nos Estados Unidos por formar cartel no campo das vitaminas… Para o “Le Temps” a tendência de fusionar explica-se pela globalização da economia, pressão sobre preços, explosão das despesas com pesquisas e desenvolvimento. Isso obriga as empresas a produzirem medicamentos vedetes (“blockbusters”) comercializados no mundo inteiro ou reduzir os custos e conquistar partes do mercado, portanto fusionando ou comprando concorrentes. (gb)
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