Financiamento dos partidos novamente em questão

O financiamento dos partidos políticos suíços está outra vez em debate depois que um grande banco retirou seu apoio financeiro a dois partidos no governo. Os partidos não dispõem de verbas públicas e vivem das cotização de membros e de doações.

O debate sobre financiamento dos partidos políticos na Suíça começou há mais de 30 anos e ainda não teve solução. Isso é devido a vários fatores, entre eles a própria estrutura estadual dos partidos mas também porque a transparência do sistema não é do interesse de todos os atores da vida política.

O debate foi retomado agora depois que o jornal “Blick”, de Zurique, revelou que o Crédit Suisse, segundo maior banco do país, retirou seu apoio financeiro a dois partidos no governo (UDC e PRD), porque criticaram o acordo dos bancos com as organizações judaicas para a indenização relativa às contas inativas em bancos suíços durante a segunda guerra mundial.

A nível federal, há uma pequena verba pública atribuída apenas aos grupos parlamentares mas não suficiente para o funcionamento da máquina partidária. Acontece que os partidos são organizados tradicionalmente primeiro a nível estadual e aí é que se buscam as verbas. Os partidos sequer são mencionados na nova Constituição federal, em vigor desde 1° de janeiro.

Os partidos vivem portanto da cotização dos membros, no caso dos partidos de esquerda, ou de doações de empresas e de particulares, no caso dos partidos chamados burgueses (três dos quatro partidos no governo). Muitos deputados e senadores também são membros de conselhos de administração de empresas. Essa situação, segundo especialistas, faz com que esses partidos se transformem em “reféns” de poderosos interesses econômicos.