Forum economico Davos: ONGs exigem maior transparência
A « síndrome Seattle » parece marcar este Forum Econômico Mundial. Receando-se graves manifestações, principalmente por ocasião da visita do presidente Bill Clinton, na tarde de sábado, foi reforçado a polícia com tropas do Exército suíço.
Este ano, 15 organizações não-governamentais (ONGs) assistem ao Forum Econômico Mundial de Davos, nos Alpes suíços. Elas procuram participar do debates denunciando « os riscos e excessos da globalização ».
A « síndrome Seattle » parece marcar o Forum Econômico Mundial, realizado em Davos, leste da Suíça. Os organizadores chegaram a recear graves manifestações, principalmente por ocasião da visita do presidente Bill Clinton, na tarde de sábado, reforçando a polícia com tropas do Exército suíço.
Manifestando preocupação semelhante, a Comuna de Davos proibiu manifestação de protesto. Mesmo assim, com dificuldade, representantes de organizações contrárias aos rumos da globalização econômica foram ao distante vilarejo alpino exigir maior transparência nos debates das elites, principalmente econômicas, que « dirigiriam em segredo dos destinos do mundo ». Foram também denunciar o que consideram certas aberrações. Assim François Houtart, diretor do Centro Tricontinental em Lovaina-a-Nova, na Bélgica (citado pelo jornal suíço La Liberté de Friburgo) realça por exemplo que existe uma outra leitura das cifras que as apresentadas pelo Forum Econômico. Falando de crescimento americano por exemplo, esquece-se dizer, afirma, que « a brecha entre ricos e pobres explodiu » e que 40 milhões de americanos não têm « cobertura médica ». Ele aponta também estatísticas do Banco Mundial, segundo as quais o número de pessoas que vivem com menos de 1 dólar por dia não cessa de aumentar. Era 1,2 bilhão em 1987 ; passou a 1,5 bilhão em 1999 e pode chegar a 1,9 em 2015. E conclui que o sistema capitalista não beneficia o desenvolvimento.
Os discursos no campo oposto são diferentes. Mike Moore, diretor da Organização Mundial do Comércio foi a Davos mais uma vez defender o livre comércio, enfatizando que não são as trocas que levam a pobreza e sim a falta de trocas. E anteriormente, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair insistiu na necessidade de uma nova negociações multilaterais sobre comércio mundial. Nessas negociações as preocupações sociais não parecem evidentes.
Em encontro na sexta-feira com representantes de ONGs que participam do simpósio, o presidente do Forum, Klaus Schwab, realçou que os problemas sociais e as questões ambientais fazem há anos parte do menu das discussões de Davos.
Resta que a necessidade de manter um « public eyes on Davos » (um olhar do público em Davos) parece agora aceito mesmo pelos chamados « novos mestres do mundo » ou seja, em particular, os donos dos grandes grupos econômicos internacionais.
Por outro lado, com a Internet, as ONGs dispõem de uma arma poderosa, através do correio eletrônico (e-mail) que permite mobilização rápida e maciça. (gb)
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