OMC terá dois diretores
A Organização Mundial do Comércio terá finalmente dois diretores após dez meses de crise. Pela primeira vez, e por falta de consenso, o poder será dividido na OMC entre o neo-zelandês Mike Moore e o tailandês Supatchai Panitchpakadi (foto)
Em Genebra, desde os tempos do Gatt, e posteriormente da OMC, a eleição do diretor-geral sempre foi uma formalidade e por consenso. Desta vez, o processo de eleição começou há dez meses e só nesta terça-feira é que foi resolvido e ainda de maneira inusitada.
O mandato de 6 anos será dividido entre o neo-zelandês Mike Moore e o tailandês Supatchai Panichpakadi. Moore dirigirá a organização que rege o comércio mundial nos próximos três anos, cedendo o lugar ao tailandês para os três anos seguintes.
Foi a única maneira de solucionar a crise por consenso dos 134 países-membros, pois a OMC está sem diretor desde o início de maio. Também foi a primeira vez que a supremacia comercial e diplomática dos Estados Unidos foi contestada.
Alemanha, França e Estados Unidos e vários outros países apoiavam o ex-sindicalista Mike Moore. Os países asiáticos liderados pelo Japão, alguns europeus e o Brasil apoiaram o vice-primeiro ministro tailandês.
Esta eleição é particularmente importante porque em novembro serão lançadas, em Seatle, Estados Unidos, as novas negociações multilaterais conhecidas como rodada do milênio e que vão definir as novas regras do comércio mundial.
Esta rodada deverá incluir pela primeira vez a cláusula social, negociações que serão portanto presidididas inicialmente pelo ex-sindicalita Moore. Se concluídas rapidamente, como querem os Estados Unidos, a conclusão caberá ao tailandês Supatchai, primeiro representante de um país emergente que vai dirigir a Organização Mundial do Comércio, em Genebra.
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